Já são dois meses de indefinição. Trabalhadores/as cobram ONGs e institutos enquanto prestam serviço voluntariamente aos alunos
Oficineiras e oficineiros que trabalham com idosos em estado de vulnerabilidade na cidade de São Paulo foram praticamente descartados com a pandemia que atingiu o país. Mais de 500 educadores/oficineiros tiveram suas aulas interrompidas, e mais de 60 dias depois, ainda não foi encontrada uma solução para os trabalhadores, que ficaram sem receber qualquer rendimento para a manutenção de suas vidas.
Como já noticiamos aqui no Repórter Popular, os/as trabalhadores/as se organizaram no Coletivo de Oficineiros da Cidade de São Paulo, diante do abandono das ONGs que usufruem de dinheiro público e as instituições de origem privada, que recebem isenções fiscais do trabalho social feito pelos educadores e educadoras.
Mesmo com aval da Procuradoria Geral do Município, que reconhece que os salários são direito garantido, e com todos os trâmites legais favoráveis, a burocracia travou o pagamento aos trabalhadores/as, que esperam há quase trinta dias a liberação de verba para que possam receber.
Um dos casos envolve o Instituto Pinheiro, que interrompeu o contrato com os trabalhadores e parou de prestar serviços aos idosos, seguindo com o pagamento dos funcionários da área administrativa da empresa. Apesar das tentativas dos trabalhadores de dialogar com o Instituto, ele segue com a “boa imagem” de proporcionar qualidade física e mental a idosos em estado de vulnerabilidade, enquanto educadores/as seguem ministrando aulas aos idosos, de forma voluntária, por responsabilidade pela profissão. Um trabalho social que deveria ser obrigação do estado, que delega a empresas terceiras, e essas não entregam o serviço.
Enquanto convivem com o descaso das instituições e da Prefeitura, oficineiras e oficineiros têm sobrevivido por meio da ajuda mútua, com doações de mantimentos e apoio emocional, por conta própria.