Caxias do Sul está acordada. Ou melhor, os jovens caxienses estão acordados e o dia 24 de agosto deu provas disso. Convocada quase no fim da semana, uma marcha, chamada principalmente por estudantes tomou as ruas da cidade.
O fato é um feito, já que muitas vezes os movimentos organizados pela esquerda institucional teimam em ficar alojados na praça central, a Dante Alighieri, que também representa o epicentro do sistema de transporte público e comercial do município. Porém, ao sair da praça, a presença dos movimentos efetivamente é sentida por parte da população – aquela que transita pelo tumultuado centro naquele momento. Afinal de contas, o bloqueio da mídia constantemente faz com que as manifestações não sejam percebidas pela maior parte dos moradores do município, que abriga, segundo o IBGE, 502 mil habitantes.
Por volta das 15h30, manifestantes, ativistas ambientais e estudantes se concentraram na Praça Dante. Com música, cartazes, faixas, desenhos feitos nas calçadas e máscaras, os manifestantes protestaram contra as queimadas na Amazônia e o governo truculento de Jair Bolsonaro (PSL). A atividade contou com a batucada da Resistência Popular Serra Gaúcha, e também com muitos jovens, de diversos movimentos sociais da cidade, como MMM – Marcha Mundial das Mulheres, UCES – União Secudanrista de Caxias do Sul, Levante da Juventude, professores e ativistas
Várias perfomances foram executadas, gerando visibilidade e engajamento. No decorrer do ato, manifestantes chamaram a atenção para pautas pouco comentadas por parte dos políticos partidários. Entre elas, destaca-se a agropecuária e o agronegócio como principais responsáveis pelo desmatamento na Amazônia.
Após um minuto de silêncio destinado às vítimas das queimadas, o grupo percorreu as ruas Av. Júlio de Castilhos e Sinimbu. O ato acabou por voltas das 19h, de volta na praça Praça Dante Alighieri.