Recorrente na filmografia dos irmãos Joel e Ethan Coen, que estão entre os melhores diretores daquela geração do final dos anos 80 e início dos 90 no EUA, uma comédia de humor pouco menos mas ainda sim ácido, quase que em tom fabular, sobre um rapaz que, de repente, torna-se presidente de uma das maiores empresas dos Estados Unidos. (É preciso lembrar que os irmãos cineastas quase sempre ironizam figuras, classes e costumes.)
A premissa permite aos dois abordarem temas como ganância, egoísmo, depressão, amor, ética e outros valores de modo divertido, escrito fluente e divertidamente como todos seus outros filmes e nunca soar caricato.
As cenas com efeitos especiais não nenhuma maravilha digna de blockbusters, entretanto, tem função narrativa, a partir do ponto em que a história flerta com a fantasia em alguns momentos, dando o tom “fabular”, citado acima.
As atuações seguras dirigidas pelos irmãos nos contam uma história muito bonita, em um mundo onde a ganância só aumenta, e a cada dia vamos perde-se a capacidade de aproveitar as simplicidades da vida, como ir a um bar de sucos naturais, no ano novo, e ficar com a pessoa que mais gostamos.
Piada com a contraposição entre experiência histórica verdadeira (ter uma experiência vivencial de verdade e não mediada pelas tecnologias e redes sociais) e a vida capitalista do dinheiro acima de tudo. Contraposição sem saída e na boa piada – ao menos na tradução do título para o português-brasileiro – da figura da Roda da Fortuna, imagem medieval que simboliza os altos e baixos da vida, sucessivamente.
Rodrigo Mendes