No dia 1º de outubro de 2018, ainda na campanha eleitoral para o Governo de São Paulo, João Dória deu uma entrevista dizendo que, quando fosse eleito, em caso de enfrentamento, “a polícia atira. E a polícia atira para matar.”
No nosso Governo, bandido não terá vez! #AceleraSP #DoriaGovernador #Vote45 #JoãoDoria45 #JoãoTrabalhador pic.twitter.com/gSw5WSsGA6
— João Doria (@jdoriajr) October 1, 2018
A promessa do Governador foi lembrada neste final de semana, onde uma ação da PM-SP deixou nove inocentes mortos em um baile funk em Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista. Relatos de pessoas que estavam no local dão conta de que a Polícia emboscou os presentes na festa que acontecia na madrugada de domingo (1º de dezembro). Com a desculpa de buscar suspeitos que teriam atirado contra viaturas, policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e, ainda segundo relatos, tiros de arma de fogo contra cerca de 5 mil frequentadores do baile. O resultado da ação violenta foi uma grande confusão que deixou ocasionou pisoteamento de diversas vítimas.
Uma adolescente de 17 anos, ferida na confusão, contou ao site G1 que foi agredida diretamente por um agente da PM: “Quando me levantei, um policial me deu uma garrafada na cabeça. Os policiais falaram que era para colocar a mão na cabeça.”
Em novembro deste ano, outra ação violenta da Polícia Militar na periferia paulista deixou vítima: uma moça de 16 anos perdeu a visão de um dos olhos ao ser atingida por uma bala de borracha em Guaianases, Zona Leste de São Paulo. “Eles debocharam de mim enquanto eu sangrava, não me prestaram socorro”, relatou ela em entrevista à Ponte Jornalismo. Na mesma entrevista, Gabriela contou que o baile onde iria nem chegou a acontecer por proibição da própria polícia. Ela relatou que os jovens ficaram na rua em frente ao local pois muitos não tinham como voltar para casa pois não havia mais transporte naquele horário. Por volta das 2h30 da manhã, policiais começaram a atirar bombas de gás e balas de borracha contra os jovens que já haviam terminado a aglomeração. Ainda assim, foram vítimas da truculência.