Aqueles que faziam suas atividades físicas, ou circulavam pela orla da Lagoa de Araçatiba, na cidade de Maricá (RJ), nesta manhã de sexta-feira (10), se depararam com 35 cruzes fincadas na areia e uma faixa alertando a população maricaense sobre os perigos de quaisquer retornos às aulas presenciais da rede pública e privada de educação.
A ação simbólica foi realizada pelo Sindicato dos Profissionais da Educação – Maricá (SEPE) e na faixa, lia-se “Fabiano Horta e Wilson Witzel, não matem nossas crianças e nossos educadores! Volta às aulas é genocídio!”. Respeitando as regras de distanciamento social e com máscaras, militantes do SEPE-Maricá explicavam para a população, os perigos de se retornarem as aulas presenciais sem que a pandemia esteja controlada.
Desde que a pandemia do covid-19 chegou a cidade de Maricá, mais de 62 pessoas morreram em decorrência da doença, segundo dados oficiais (Boletim 115 da covid-19) da própria prefeitura. Em termos de mortos e infectados pelo covid-19, Maricá está na décima e sexta posição no Estado (de 93 municípios). E desde o final do mês passado, a bandeira amarela foi instaurada, permitindo que bares e restaurantes voltassem a funcionar. Segundo estudos científicos divulgados pela Universidade de Granada (Espanha), um retorno às aulas presenciais num contexto de pandemia, faria com que uma única criança interagisse direta ou indiretamente com 74 pessoas, em único dia de aula, número que chegaria a 808 pessoas no segundo dia. Além disso, há muitos trabalhadores e trabalhadoras da educação que possuem problemas de saúde, que os tornariam, parte do grupo de risco.
Qualquer um que fale ou cogite um retorno às escolas neste momento, portanto, comete um atentado contra a vida e a saúde de milhares de pessoas. A ação do SEPE – Maricá portanto, é uma ação em defesa da vida dos trabalhadores/as, em defesa dos pais e das mães, dos alunos e dos/as educadores maricaenses.
Texto de Rafael (militante da pró-Resistência Popular Sindical – RJ)
Foto: Rafael