Manifestantes bolsonaristas agridem mulheres no Centro Histórico de Porto Alegre

Neste domingo, 19 de abril, ocorreram manifestações em todo país pedindo por intervenção militar, pelo fim do distanciamento social, e pelo fechamento do STF e do Congresso Nacional. O próprio presidente Jair Bolsonaro discursou, em meio a crises de tosse seca, em uma dessas manifestações, em Brasília, diante de uma grande aglomeração de apoiadores. Em Porto Alegre, a aglomeração pró-Bolsonaro e pró-intervenção militar, que teve abraços, apertos de mão e muitos perdigotos expelidos em gritos de ódio fascista, terminou em agressões e cerceamento à liberdade de imprensa. As agressões foram registradas em vídeo.

Na tarde de hoje, em torno de 200 manifestantes bolsonaristas estavam reunidos no Centro Histórico da capital, com palavras de ordem e cartazes reacionários em frente ao Comando Militar do Sul, quando uma mulher usando uma máscara com a frase “Fora Bolsonaro” subiu num pilar da Igreja Nossa Senhora das Dores e ficou nua, como forma de protesto à manifestação reacionária. Ao descer, a mulher e o grupo que a acompanhava, composto de um homem e mais duas mulheres, foram perseguidos pelos bolsonaristas até serem encurralados em frente ao muro de um prédio do Exército, quando foram agredidos a socos e pontapés por manifestantes pró-governo.

Um dos agressores, usando uma bandeira do Brasil amarrada às costas como capa de “super-herói”, golpeou um homem com pontapés, e uma mulher com socos no rosto, levando-a ao chão. A agressão covarde foi registrada em vídeo que circula nas redes sociais. Uma das vítimas divulgou nas redes sociais imagens com o rosto do agressor e o boletim de ocorrência. Após o material circular nas redes sociais, o agressor misógino foi identificado. Trata-se de Paulo Miguel Rempel, formado em Enfermagem pela UFRGS, natural de Pinhalzinho (SC) e morador de Porto Alegre. Em post em uma rede social, ele alega não ter participado da manifestação.

Entre os agredidos está também um repórter fotográfico, Jefferson Botega, que cobria o acontecimento. Jefferson teve seu equipamento de trabalho golpeado por um dos bolsonaristas, que havia batido em uma das pessoas do grupo contrário à manifestação pró-governo, e corria de volta para seu bando. Este agressor ainda não foi identificado, mas aparece na imagem de capa desta matéria utilizando um chapéu de palhaço verde e amarelo, e uma bandeira do Brasil amarrada às costas.

A ação toda se desenrolou diante de militares do Exército e agentes de trânsito da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). A Brigada Militar não estava presente no local.