Manifestações em todo Brasil rechaçam tentativa de golpe fascista

Por Repórter Popular

Nesta segunda-feira (09/01) o povo organizado saiu às ruas como uma resposta imediata à tentativa de golpe dada no Distrito Federal no dia anterior (08/01).

Com anuência de setores da classe dominante, incluindo o aparato repressor do Estado, os golpistas entraram com grande facilidade no Planalto. Tal ação não surge como raio de céu azul, mas já se desenrola desde antes do resultado do 2o turno das eleições presidenciais. O discurso de sobreaviso de Bolsonaro acerca da contestação do resultado das urnas passa a ter maior protagonismo por meio da base bolsonarista a partir da derrota do ex-presidente.

Desde então, o movimento lançou mão de táticas de ocupação de espaço público, hostilidade frente a grupos divergentes e bloqueios de rodovias. Sobre esta última tática, cabe ressaltar que elas já estavam sendo organizadas semanas antes das eleições e que, durante tais ações, contou com a complacência da PRF. [1] 

Se em 19 de dezembro haviam estimativas de que haviam cerca de 43 mil pessoas acampadas em frente aos quartéis pelo Brasil, no dia 6 de janeiro o governo estimou que haviam 5 mil.

Diante desse processo de avanço das ações da extrema-direita, setores do povo organizado ocuparam as ruas de diversos estados pelo Brasil. 

Na medida em que a agitação golpista se concretiza de forma cada vez mais contundente, o povo organizado deverá também avançar em sua organicidade e radicalidade para freiar a sanha bolsonarista.

Belém

A manifestação na capital paraense concentrou-se no Complexo de São Brás. Diversas entidades de esquerda estavam presentes  e contaram com o apoio de três trios elétricos. As intervenções das entidades contaram com forte teor de repúdio aos atos fascistas de domingo, mas pouca autocrítica no sentido de que o bolsonarismo não está derrotado com a mera eleição de Lula. A manifestação permaneceu parada. Parte dos coletivos de juventude presentes tentaram tensionar para que o ato caminhasse, mas a suposta “direção” presente, composta por lideranças partidárias, impediu sob o argumento de que haviam acordado com a Polícia Militar de que permaneceriam parados.

 

Recife

Na capital pernambucana, o ato teve concentração às 16h na Praça do Derby, na área central de Recife. Antes das 18h, o ato seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista, encerrando-se no monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, no Centro. Estiveram presentes inúmeras entidades, organizações políticas, movimentos sociais, sindicais, feministas, dentre outras.

 

Rio de Janeiro 

Na capital do estado do Rio de Janeiro, sob palavras de ordem como “sem anistia”, houve um ato parado na Cinelândia, no centro da cidade. Composta por um grande leque de organizações e movimentos, o ato começou às 19h e encerrou-se por volta das 21h. Confira-se ao final da matéria o depoimento de um militante da Resistência Popular Estudantil que esteve presente no ato.

São Paulo 

O ato na capital de São Paulo se concentrou na Avenida Paulista a partir das 18h e seguiu descendo a Rua Augusta até a Praça Roosevelt. Contou com organizações sindicais, agrupamentos políticos de diversas tendências, movimentos sociais, de moradia, movimentos antirracistas, feministas e torcidas organizadas. Durante o ato, um bolsonarista armado com um revólver se infiltrou na passeata, mas foi detido pelos manifestantes.

 

Marília 

O ato em Marília contou com a estimativa de 70 pessoas, sendo composto por partidos como PT, Psol, participantes dos sindicatos Apeoesp e Sindimar, além de militantes do Movimento de Organização Popular (MOP). A concentração foi realizada na praça Saturnino de Brito, em frente à prefeitura. 

São José do Rio Preto 

Em São José do Rio Preto (SP), manifestantes se concentraram na região central da cidade, ao lado da prefeitura, com faixas e cartazes em repúdio ao bolsonarismo. O protesto contou com cerca de 150 pessoas. Houve falas denunciando a omissão de agentes públicos responsáveis por evitar atentados como o de domingo, bem como exigindo a não anistia dos articuladores, dos financiadores e dos participantes daquela ação.

Curitiba 

O ato em Curitiba se iniciou na Praça Santos Andrade, contando com a participação de diversas organizações políticas e movimentos sociais, estimando-se cerca de cinco mil pessoas. Após pressão de alguns movimentos e organizações, o ato saiu em marcha pelas ruas do centro da cidade, com palavras de ordem como “Recua fascista/Recua/é o poder popular que tá na rua!”, denunciando também a violência racista das polícias. A manifestação se encerrou na Boca Maldita.

Belo Horizonte

Na capital mineira, ainda que sob forte chuva, o ato contou com cerca de sete mil pessoas e marchou pelo centro da cidade, desde a Praça Sete até a Praça da Estação. A Polícia Militar chegou a tentar impedir o início da manifestação, mas sem êxito. Várias entidades de esquerda estavam presentes para repudiar os atentados golpistas dos últimos dias.

 

 

Florianópolis 

A manifestação em Florianópolis reuniu cerca de 2 mil pessoas concentrando-se no Largo da Alfândega, onde houve rodada de falas das entidades e movimentos presentes. Após pressão de movimentos presentes, o ato saiu em marcha, passando pelo Terminal Velho e Av. Hercílio Luz.

 

Joinville (SC)

A manifestação em Joinville, Santa Catarina, se concentrou no centro da cidade, na Praça Nereu Ramos, a partir das 18h00, e caminhou pelas ruas do centro, passando em frente ao terminal da cidade, voltando para a praça. Contou com cerca de 600 pessoas, dentre organizações políticas e movimentos sociais, repudiando os atentados golpistas.

Blumenau (SC)

Convocados por partidos políticos e coletivos de esquerda, cerca de 100 pessoas de Blumenau se concentraram em frente ao Teatro Carlos Gomes. O ato permaneceu parado e contou com diversas intervenções em repúdio à tentativa de golpe em Brasília.

Pelotas (RS)

Mais de 300 manifestantes se reuniram em Pelotas, no Rio Grande do Sul, também para repudiar os atentados golpistas dos últimos dias. O ato contou com diversas intervenções, incluindo a de um militante da Resistência Popular, em alerta de que somente o povo nas ruas será capaz de barrar o avanço da extrema-direita (confira-se o vídeo abaixo).