A cidadania de Porto Alegre ganhou um presente inesquecível nesse aniversário de 247 anos: a pavimentação do fim do serviço público municipal. Foram 24 votos favoráveis ao projeto do prefeito Nelson Marchezan Jr., que acaba com as carreiras dos servidores públicos municipais. Profissionais da saúde, educação, segurança, entre outros, tiveram seus direitos cerceados e, além disso, sofreram dura repressão.
Desde sua posse, o atual prefeito buscou atacar o serviço público municipal. Com um discurso de crise que não se comprova na prática (muito menos nos dados), colocou os servidores públicos como bodes expiatórios de sua incapacidade administrativa e impetrou ataques sistemáticos: foram projetos nesse sentido derrotados em 2017 e 2018, sendo esse último com ação truculenta da BM e da GM dentro da Câmara de Vereadores. Por fim, em 2019, a gestão municipal acelerou esse processo, buscando a aprovação do projeto na véspera do carnaval em regime de urgência para dificultar a mobilização da população. Uma ação liminar obtida pelo SIMPA garantiu a realização de audiência pública – ocorrida no último dia 21. Mesmo com mostras sistemáticas de que os cortes no serviço público não teriam impacto significativo nas contas públicas (R$ 16 mi no primeiro ano, frente, por exemplo, a mais de R$ 30 milhões de gasto só com publicidade no mesmo período), o prefeito logrou seu pleito através de grandes conchavos e a utilização da velha política de distribuição de cargos para ampliar sua base aliada; cargos esses que o mesmo prometeu extinguir…
A votação iniciada segunda (25/3) e só encerrada na madrugada seguinte mostrou até onde vai a sanha privatista da atual gestão municipal. Novamente, a repressão nas ruas, com feridos encaminhados ao Pronto Socorro, se opunha a paz dos cemitérios no plenário de votação. Devemos estar atentos aos próximos passos: Plano Diretor, DMAE, Carris serão alvos e o povo porto-alegrense deve estar mobilizado para que o patrimônio da cidade não seja sistematicamente dilapidado em nome de uma gestão pretensamente moderna, mas que só consegue aprovação de suas medidas usando-se de truculenta ação autoritária e da velha política de troca de favores entre os poderosos contra o povo.
Nós, da Frente Inter Antifascista, estamos e estaremos ao lado da cidadania contra esses desmandos, resistindo ao autoritarismo e nos somando à construção e uma Porto Alegre para o povo e não para o capital.
Frente Inter Antifascista