Por Repóter Popular PR
Nessa semana, a cidade de Londrina, no interior do Paraná, teve uma série de protestos contra a violência policial nas favelas. O estopim para a revolta foi o assassinato de Kelvin dos Santos, de 16 anos, e de Wender da Costa, de 20 anos, pelas mãos de policiais militares no último sábado (15).
Pelo menos 20 manifestações ocorreram no domingo (16), segunda-feira (17) e terça-feira (18) em comunidades da cidade paranaense. Os manifestantes seguraram faixas com dizeres, como “A favela quer paz”, “não foi confronto, foi execução” e “o inimigo veste farda”.
Na madrugada de terça-feira, o transporte público da cidade chegou a ficar parado por cerca de 8 horas devido a radicalização dos protestos. 2 ônibus foram incendiados e apedrejados por manifestantes revoltados, que também fecharam ruas, bloquearam o trânsito e fizeram focos de incêndio buscando chamar a atenção da imprensa e da população para a violência na periferia.
4 pessoas que participavam dos atos contra a brutalidade policial foram detidas. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná e a Corregedoria-Geral da PM anunciaram que também estão tentando identificar outros manifestantes através de imagens de câmeras, drones e reconhecimento facial.
Kelvin e Wender foram assassinados a tiros pelos policiais quando se dirigiam à uma distribuidora de bebidas. De acordo com familiares, os jovens usavam um carro do lava-car em que trabalhavam para ir a um comércio próximo. Após a abordagem, ambos teriam descido do veículo com as mãos para cima e, mesmo assim, foram alvejados por diversos tiros da PM.
Os familiares dos adolescentes rechaçam a versão dos policiais, que diz que eles estavam em um carro associado a furtos em residências e teriam reagido armados à abordagem da PM. Em posterior verificação, a própria polícia afirmou que o veículo não estava envoldido em furtos. Segundo as famílias, Kelvin e Wender não portavam armas quando foram abordados.
Após as manifestações radicalizadas em Londrina, a Corregedoria da PM e o Ministério Público informaram que vão investigar o assassinato dos jovens e as armas que os policiais disseram ter encontrado no carro por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM).