Com dois votos contrários e um pedido de vistas, a decisão sobre o recurso contra a prisão de Rafael Braga Veira foi adiada no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em um audiência realizada nesta terça-feira (1º). Uma nova audiência deve ser marcada para analisar o pedido feito pela defesa de Rafael, que é o único condenado no contexto das jornadas de junho de 2013. Na época, Rafael era morador da Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, e passava a semana no Centro do Rio porque era catador e, para economizar em passagens, não voltava para casa. Foi detido com duas garrafas de Pinho Sol lacradas, mas acusado por policiais de portar material para a fabricação de explosivos.
Em janeiro de 2016, foi novamente detido, desta vez quando fazia o caminho da casa de sua mãe até a padaria. Nesta, os policiais queriam que Rafael delatasse traficantes da região e, como ele não sabia de nada, lhe foi atribuído o porte de 0,6 g de maconha, 9,3 g de cocaína e um rojão. A palavra dos policiais que o detiveram bastou para que o juiz Ricardo Coronha Pinheiro, do TJRJ, o condenasse a ficar 11 anos e três meses preso e pagar de R$ 1.687.
Caso a decisão dos desembargadores que analisam os recursos feitos pela defesa de Rafael se mantenha, ele pode ficar preso até o julgamento.
“Solidariedade não é só palavra escrita”
Na última sexta-feira (28), o Comitê Porto Alegre Pela Liberdade de Rafael Braga Vieira organizou uma marcha que saiu da Esquina Democrática e foi até o Viaduto João Pessoa (também conhecido como Brooklyn). Lá, ocorreram shows de artistas das periferias de Porto Alegre, rodas de capoeira e samba e manifestações de solidariedade ao catador. Confira fotos do ato em: bit.ly/LibertemRafaBragaFlickr