Um trabalhador de telemarketing está revoltado com a situação da empresa em que trabalha. O relato é de Joinville, foi enviado para o Repórter Popular. De última hora, a empresa decidiu fechar até quarta. Os comércios locais estão fechando, somente serviços essenciais funcionam: bombeiros, segurança e hospitais. Escolas públicas e privadas também estão fechadas, mas a empresa insistia em continuar aberta.
Um sou um trabalhador de uma empresa de telemarketing, localizada entre o Bucarein e Anita Garibaldi de Joinville/SC. Por conta do assédio e perseguição, não vou apresentar os meus dados reais na tentativa de preservar minha identidade e manter o meu trabalho precarizado.
No dia 17 de março, o governador/comandante Moisés, do PSL, publicou um decreto como resposta para a crise de saúde pública causada pelo COVID-19, Corona Virus. No documento, o transporte coletivo municipal, intermunicipal e interestadual, o comércio e serviços em geral estão fechados. O mesmo aconteceu com as escolas municipais, estaduais e privadas. Somente funcionam serviços essenciais: bombeiros, polícia, hospitais e tal.
Em Joinville, uma cidade fortemente industrial e empresas emprestadoras de serviços, como a que trabalho no telemarketing.
Para chegar até ao meu local de trabalho, eu dependo do transporte coletivo, que desde quarta-feira, meia noite, seguindo o decreto do governo estadual, não está mais funcionando. A empresa presta serviço para os bancos, que estão fechados.
A empresa avisou que não iria fechar. Os trabalhadores e as trabalhadoras denunciaram para os órgãos competentes. Inclusive a polícia militar esteve na empresa.
Frente a situação, a empresa deu férias para alguns trabalhadores, outros vão trabalhar de casa. Enquanto outros, disseram que a gente deve ir trabalhar, mesmo sem transporte coletivo. Se não, os nossos salários serão descontados.
A empresa ameaçou que, com fechamento para atender o decreto, 30% dos trabalhadores serão demitidos.
Agora, o que será da gente?