Inspeção no Presídio Regional de Joinville

O Presídio Regional de Joinville (PRJ) recebeu vistoria na manhã de hoje (10). A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública da União (DPU), Conselho Carcerário de Joinville (CCJ), Pastoral Carcerária e o Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz participaram da inspeção. O motivo para fiscalizar o presídio constantemente é a superlotação, são 1.200 pessoas presas para apenas 670 vagas. 

A sala de visitas tem condições péssimas de higiene nos banheiros, que estavam com cestos de lixo cheios e forte odor. Entrando no pavilhão 2, o juiz João Marcos Buch, Corregedor do Sistema da Comarca de Joinville, pediu para os agentes tirarem os detentos do corredor. Ele acompanhou a inspeção, recebeu cartas dos detentos, pedidos de regime semi-aberto e outras reivindicações das pessoas presas. 

Inspetores escutaram todos os detentos ao mesmo tempo nas celas visitadas. Celas para 8 pessoas têm 24 detentos, sendo que eles ficam 22 horas encarcerados. Um detento reclamou que não tem como pendurar redes. Os presidiários passam por furúnculos, mas o banho de sol imuniza bastante, ajuda a evitar doenças. As 22 horas dentro das celas superlotadas não ajudam a evitar doenças. 

O PRJ tinha um oculista, ele dava consulta e cobrava armação do óculos, mas não apareceu mais na unidade, parece que não gostou do ambiente. Detentos reivindicam mais dentistas. O diretor da unidade quer aumentar a carga horária de 6 para 8 horas na Unidade Básica de Saúde. 

Um preso tem uma lesão grave no joelho, precisa manter a perna esticada, mas tem dificuldades porque tem muitas pessoas na cela. Precisa de uma vaga na enfermaria. Outro presidiário reivindicou tratamento de canal. Um homem com câncer na garganta não recebe atendimento. A ala dos detentos em risco está muito cheia, também é onde ficam os condenadas por crimes sexuais, é o seguro do presídio, onde tem detentos em risco. 

As alas A e B do pavilhão 2 ainda não têm aulas, mas as alas C e D têm escola. Tem uma biblioteca no presídio, mas precisa de novas doações. Uma professora conveniada pelo Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) vai acompanhar as leituras.