Ilha do Terrorismo de Estado

Dia de Manifesto na comunidade Chico Mendes, Florianópolis, após assassinato de jovem morador pela polícia.

No dia 15 de Julho desse ano, Kelvin é brutalmente morto pela polícia na periferia de Florianópolis, na comunidade Chico Mendes.

Nesse sábado, 21 de julho, ocorreu um dia de eventos e homenagens, com feitura de faixas, ato ecumênico, roda de conversa, ato e batalha de rap.

As faixas confeccionadas pelos moradores trazem sua revolta, denúncias e reivindicações: “Covardia! Matam preto e pobre todo dia”, “+ creches + saúde + moradia. Não a discriminação e ao terror”, “Kelvin presente! Parem de nos matar”, “Chega de violência. Queremos direitos”, “Somos trabalhadoras/es. Exigimos respeito”, “Basta. Crianças e jovens reféns do medo. Justiça”. O ato contou com moradores, familiares da vítima e apoiadores externos.

A violência policial na Chico Mendes vem sendo imposta aos moradores. Casos de abuso de autoridade, invasão de domicílio, espancamentos, queima de roupas e cobertores de pessoas em situação de rua, são constantes. Nessa “terra sem lei” eles fazem o que querem e saem impunes. Com medo de denunciar e serem perseguidos, moradores se vêm atados. A grande mídia mente e criminaliza, coloca a população contra as vítimas da violência do Estado.

Enquanto pintavam as faixas, uma senhora exaltada gritou: Eles não podem fazer isso! eles não podem sair matando! quem vai ser o próximo a ser morto? Estão matando nossos filhos, sobrinhos, netos!

É brutal ver o medo nos olhos das crianças quando a polícia passa de carro por perto.

Diante disso o que está sob nossas mãos é a arma da denúncia. Não existe paz em Florianópolis. A cidade se desvanece sob a mira de fardados truculentos. Mal sabem eles que o povo se levanta, se organiza e vai à luta. Assim como diz o grito mais repetido no ato:

SE NÃO HÁ IGUALDADE PARA OS POBRES, QUE NÃO HAJA PAZ PARA OS RICOS