Mesmo com intensa chuva, ato reuniu 2500 manifestantes pela derrubada do presidente Jair Bolsonaro, com direito a bernunça na rua.
Por Repórter Popular – Santa Catarina
Ontem (7 de setembro), cerca de 2500 pessoas se reuniram em Florianópolis na tradicional marcha do Grito dos Excluídos, que esse ano se somou à jornada de lutas pela queda de Bolsonaro (sem partido). Mesmo sob chuva intensa na maior parte do trajeto, o ato saiu no meio da tarde do Largo da Alfândega em direção ao Terminal Antigo do Centro, para depois tomar às ruas em direção à Catedral Metropolitana.
A manifestação contou com a presença de representantes Guarani M’Bya da Terra Indígena Morro dos Cavalos e do povo Kaingang. Na semana passada, diferentes povos indígenas ocuparam Brasília contra a tese do marco temporal, em julgamento no STF, e seguem nessa semana na capital brasileira na II Marcha de Mulheres Indígenas. Em Florianópolis, a luta é também pela casa de passagem indígena.
Movimentos sociais, coletivos e partidos de esquerda da Grande Florianópolis também estiveram no ato. O Bloco de Luta por Vida Digna colocou o boi-de-mamão na rua e apresentou à cidade a “bernunça do Poder Popular”. Personagem da cultura popular da cidade, a bernunça já foi até nome de jornal independente em Florianópolis no final dos anos 1980, com o slogan: “bernunça, a única personagem comunista do folclore catarinense, que come criancinhas” [1].
No ato de ontem, a bernunça rubro-negra dos manifestantes interagiu bem com as crianças e só demonstrou, na sua intervenção, querer comer os patrões e políticos.
Confira abaixo algumas fotos e vídeos da manifestação, feitas pela fotógrafa Cleo Theodora (@cleotheodora) e pelo Bloco de Luta por Vida Digna.
[1] A informação está no livro “A rebelião do vivido no jornalismo independente de Florianópolis” (2020), organizado por Miriam Santini de Abreu.