A lei do auxílio emergencial foi alterada e que torna o benefício um “empréstimo” para quem se recuperar financeiramente até 2021. A mudança feita pelo Senado e aprovada por Jair Bolsonaro determina que quem quem receber em 2020 mais que o limite de isenção do Imposto de Renda (IR) terá que devolver o valor integral em 2021, inclusive o dos dependentes. Ou seja, se em 2020 você conseguir ganhar R$ 28.559,70 (o que dá pouco mais de R$ 2.300 por mês), você precisa pegar o dinheiro que receber agora, o seu direito para não ficar em uma situação ainda mais difícil, e devolver para o Governo.
Para dar um exemplo de como esta medida é cruel para os trabalhadores, pegamos o exemplo de um trabalhador de Uber. “Isso aí pega em cheio trabalhador de aplicativo, que no bruto tira mais que isso, mas se colocar nas conta os custos com a ferramenta de trabalho (o carro) sobra em torno de um salário mínimo”, declarou ele. Lembrando que além dos gastos com combustível, a maioria dos trabalhadores paga financiamentos ou aluguéis de veículos, que comprometem bastante a renda, além dos gastos com manutenção e limpeza da ferramenta de trabalho que também pesam na conta. Devolver este valor, que neste momento tem sido uma válvula de escape (por mais que pequena) para as e os trabalhadores conseguirem se manter, colocaria essas pessoas em uma enorme insegurança financeira, até porque os ganhos com o trabalho por aplicativo são cada vez menores e as jornadas mais extenuantes.
Além dos trabalhadores com aplicativos, outros autônomos também devem sofrer com essa medida, porque muitos recebem bastante dinheiro com vendas ou prestação de serviços, muitas vezes ultrapassando o teto para ser isento de declarar Imposto de Renda, mas por outro lado pagam altos valores por mercadorias ou ferramentas de trabalho, o que aumenta seus custos e os coloco em condições iguais ou piores do que quem ganha pouco mais de um salário mínimo por mês.