Por Repórter Popular – SC
No último sábado, 8 de março, marcado pelo Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, a Biblioteca Comunitária Lutador Dito da Amorabi (Associação de Moradores e Amigos do Bairro Itinga) realizou uma exposição de arte com as crianças e uma roda de conversa sobre a data.
A data começou a ser trabalhada na Biblioteca Dito já no dia 2 de março, quando as “amorinhas” participaram de uma oficina de criação, ampliando seus olhares sobre as mulheres que fazem parte de suas vidas e da comunidade do bairro Itinga.
Palavras como respeito, liberdade, guerreiras, deveres, lutadoras, combate à violência, amor, paz, felicidade, direitos, entre outras, surgiram como inspiração. Esses termos não só geraram criações, mas também abriram caminhos para continuar a luta e organizar a vida em comunidade. A exposição é um reflexo do trabalho e da dedicação das “amorinhas”.
A roda de conversa trouxe uma cronologia da história global e brasileira das mulheres que lutaram por seus direitos. A mediação do encontro ficou por conta da nossa companheira Corinda, que constrói a AMORABI há 30 anos. Embora estivesse um período afastada, ela retornou ao coletivo de trabalho junto com a Biblioteca Comunitária Lutador Dito.
Em relação a data, cabe ressaltar que a Letícia Helena, ‘cria’ da nossa comunidade, em seu trabalho de conclusão no curso de História, na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), olha que poder popular que foi construído por todos nós.
A AMORABI, assim como o bairro Itinga, tinha “os espaços de poder e decisão eram predominantes masculinos. O protagonismo das mulheres e autonomia se deu a partir da necessidade de se efetuar uma alteração no estatuto da entidade, para adicionar como um dos novos departamentos a Educação, provocada pela ação da professora Juliana. Diante deste fato, a filha mais velha de Juliana, Dona Julie, se movimentou para buscar o apoio da Amorabi”, diz o trabalho de Letícia.
Ao pesquisar os documentos do CEI Professora Juliana de Carvalho, que é resultado da luta de muitas mulheres do Itinga, identificou “a persistência dos/as moradores/as é algo que atravessa (…) um aglutinado de pessoas trabalhadoras que dividem seu tempo, com sua carga horária de trabalho muitas vezes pesada.”
É com as mãos na mão, vamos à luta. Fizemos muito mutirões para construir uma comunidade organizada e conquistar os nossos direitos. Então, no dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. Estar na AMORABI, junto das amorabinhas, é trazer um pouco das memórias e histórias do nosso caminhar coletivo.