Por Repórter Popular RS
Desde o início das chuvas, assim como muitas cidades no RS entre setembro e outubro de 2023, a comunidade da cidade de Alegrete vem passando por muitas dificuldades com alagamentos, enchentes, perdas de todo o tipo.
No entanto, algumas movimentações populares e de organização criam força de resistência. Em reunião ocorrida no dia 5 de outubro, famílias do bairro Segabinaze debateram e deliberaram sobre os problemas das inundações criando uma comissão de luta, que contou também com participação de apoiadores do bairro Santos Dumont e da UABA.
Diante das várias perdas que vivenciaram, o sono é atravessado pelo medo de acordar com os pés e na água, e tendo a casa invadida por enchentes. Muitas pessoas já fizeram protocolos individuais e reivindicações que não vingaram, e percebem a necessidade de agir coletivamente:
“Conhecemos diversos relatos da vizinhança que tem que abandonar suas casas por conta disso e não podemos tomar isso como algo normal”, aponta participante.
Por isso exigem dos departamentos responsáveis do município um imediato mapeamento do sistema de escoação de agua, construção de galerias, novos bueiros para escoamento de agua, assim como a limpeza de valas e bueiros que já existem. O atual sistema de bueiros e valas não dá vazão e é grave que muitos pontos estejam completamente entupidos, por mato ou entulhos.
“Também queremos a fiscalização da drenagem do condomínio Monte Carlos, que após sua construção, na divisa alta de nosso bairro, começou a agravar as inundações. Destacamos que os pontos mais graves do bairro relacionado às inundações são os da Rua A, C, D”
Nesse sentido, pessoas envolvidas nessa movimentação vêm convidando que outros bairros e comunidades se somem ao processo de organização e reivindicação dessa demanda, para que possam construir a partir de seus bairros comissões de luta ou, no caso, se houver associação de moradores, que se mobilizem desde já.
“Não temos mais paciência e nem tempo de esperar pelos protocolos individuais esquecidos nas gavetas da prefeitura”
No dia 18 de outubro de 2023, foi realizada nova reunião onde se somaram famílias atingidas do bairro vizinho Dr Romário.
A Comissão de Luta dos moradores já havia convocado a secretaria de obras e a de planejamento do município para ouvir as demandas da comunidade, assim como, afirmar datas e prazos para cumprir acordos de trabalho que atendam a pauta, mas estes representantes não se fizeram presentes. Uma nova data foi marcada e o movimento dos moradores só cresce e comunica que se não houver alguma resposta positiva do município à mobilização popular, a união dos moradores e moradoras atingidos vai se fazer presente nas ruas da cidade para denunciar esta situação.
“São dezenas e dezenas de casos de perda completa de suas casas, doenças que aumentam drasticamente após as inundações, principalmente atingindo pessoas idosas e crianças das nossas comunidade”.
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