Do Repórter Popular – Porto Alegre e com
informações e imagens da Deriva Jornalismo
Nesta quinta-feira (29), enquanto os guaranis da Aldeia Pindó Poty, na Zona Sul de Porto Alegre, se reuniam com o Ministério Publico Federal do Rio Grande do Sul, para falar sobre os riscos de invasão que sofrem em seu território, do outro lado da terra indígena, uma área enorme foi desmatada e loteada.
Leia também: O futuro do nosso bem viver – Ação cultural em defesa da Aldeia Pindó Poty
Ainda na quinta-feira, na parte da tarde, os guaranis colocaram abaixo as construções desse novo lote e fecharam as entradas.
No amanhecer da sexta-feira (30), o MPF/RS apareceu mais uma vez no território. Desta vez, com a presença do procurador Jorge Irajá.
Por volta das 15h, os agentes do MPF foram recebidos pelos guerreiros guaranis, passaram pela cerimônia de boas vindas e depois sentaram para escutar os relatos da invasão por parte do Cacique da comunidade, Roberto Ramires, e da Kerexu, da Comissão Yvyrupa.
Após a conversa, foram até o lugar invadido para o procurador ver a situação, onde está a área desmatada pelos invasores e as cercas recém tiradas pelos guaranis. Viram as trilhas feitas para entrar no território, com árvores nativas apresentando cortes recentes. Testemunharam também o esgoto do Centro Comercial Bom Lami, que é despejado dentro do território indígena, contaminando o solo.
O procurador Jorge Irajá se comprometeu em entrar com uma reintegração de posse para duas casas que estão construídas há mais tempo em cima da terra indígena, ao lado da área que estava sendo loteada agora. Nesta reintegração de posse, haverá um interdito de proibição de entrada. Com isso, quem invadir a terra indígena ou estimular a entrada de terceiros, poderá ser preso. Além disso, o procurador intimará judicialmente a Funai, para que toque com urgência o processo de demarcação da área.
A vigília dos guaranis seguirá mesmo com as promessas, uma vez que os riscos de invasão ainda existem.