Na manhã desta terça-feira dia 23, às 7:00, foi dado inicio a reintegração de posse da Ocupação Vila Nova Coruja. Além de representantes da Prefeitura de Pelotas e de diversas instancias da Policia militar e guarda municipal em grande efetivo, que cercaram o terreno por um cordão de força, as maquinas já estavam a postos para demolir as casas.
Os moradores estavam reunidos em resistência desde as 6:00, traziam uma faixa com o dizer “LUTA POR MORADIA”, demarcando este processo de luta. Os moradores se colocaram abertos a negociações, mas a reitegração aconteceu mesmo assim, ignorando o contexto de pandemia.
Muitas crianças estavam acompanhando de perto a presença da policia e a demolição das casas, que contou com a presença do batalhão de choque. A ação de reitegração de posse durou o dia inteiro e demoliu todas as casas exceto um muro que ainda estava dentro do terreno mais distante da ocupação. Os moradores acompanharam, inclusive para recolher os materiais que restaram, alegando terem gastado muito com a compra destes. O parquinho, que estava sendo ocupado pelas crianças, foi mudado de local, para poder seguir sendo utilizado pelos moradores. A contrapartida da prefeitura foi uma única noite no abrigo. Moradores seguem sem respostas sobre um substituto equivalente para as casas.
A população da Vila Nova Coruja está se organizando com reuniões regulares e assembleias. se apresentam publicamente com o dizer “Na Luta por Moradia”. A ocupação é composta por 63 familias. O terreno ocupado mede 100 x 70m e como é reivindicado pelos ocupantes ” O local deve e pode abrigar quase 200 pessoas, hoje espremidas em uma vila atrás do muro do presídio”
Segundo informações locais o terreno é de propriedade da Familia Simões Lopes e possui uma divida de impostos à prefeitura que passa dos R$ 500 mil. Uma moradora, que reside na região a quase 40 anos, relata que o terreno esteve ocioso por muitos anos. Além disso, também é possivel verificar nas imagens mais antigas do google maps que o terreno vem servindo como deposito de entulho há alguns anos.
Os moradores chamam atenção para o erro na medição da reitegração, de forma que um muro que estava dentro do terreno se manteve em pé, enquanto todos os chales foram demolidos.
Por meio de informações obtidas na rede social da organização de bairro verificamos a constante denúncia da negligência da prefeitura e chamam atenção para o agravamento desta situação devido o contexto de pandemia.
Link do movimento de moradores:
https://m.facebook.com/Na-Luta-por-moradia-104680127937869/?tsid=0.28766230288493744&source=result