Por Repórter Popular – SC
No dia 1º de Maio de 2024, cerca de cem pessoas se reuniram na antiga Praça Getúlio Vargas, no bairro Floresta, e participaram de uma cerimônia que deu novo nome ao local, agora batizado de Praça Primeiro de Maio. A mudança de nome foi um dos objetivos do Sarau Primeiro de Maio, que trouxe uma programação de atividades culturais para o local, assim como feira e um piquenique coletivo.
Durante o evento, que se estendeu por mais de 3 horas, a antiga praça Getúlio Vargas foi transformada em um cenário vibrante, decorada com imagens dos saraus anteriores e de lutas locais, além de uma variedade de bandeiras representando movimentos sociais, coletivos, a comunidade trans e o território palestino. Barraquinhas foram montadas para exibir o trabalho de coletivos e artistas locais, como a Livraria 36, o Coletivo Pintelute, Arcano 21 Serigrafia, Kio Zaz e Avini Costuras.
Houve também uma intervenção artística coletiva, onde cartazes foram colados sobre um antigo monumento ao ditador Getúlio Vargas, um busto feito pelo artista Fritz Alt, mas que foi removido para reforma há anos. Nas palavras do Coletivo Anarquista Bandeira Negra: “Cada rua e cada busto com o nome de um empresário ou político é um pequeno gesto para apagar nossas memórias, pois cada rua e cada prédio foi construído pela classe trabalhadora.” A intervenção teve como objetivo substituir as memórias da política institucional por textos e imagens que destacassem a luta de quem trabalha.
No texto lido durante a cerimônia, também foram lembradas outras localidades no município que carregam homenagens à esquerda e às lutas da classe trabalhadora, como a Rua Cineasta Leon Hirszman, histórico artista comunista, no Bairro Itinga; a Rua Ernesto Guevara e a Rua Cuba, no bairro Jardim Sofia, e a Rua Primeiro de Maio, no Boa Vista.
Durante a tarde, uma variedade de atividades enriqueceu o evento, como relatos sobre a greve da educação estadual e do setor dos Institutos Federais, uma aula de capoeira ministrada pela mestra Karllinha Reis da Capoeira Integrativa e uma apresentação musical da artista lagunense Avini. O encerramento das atividades foi marcado pelo grupo de maracatu Baque Mulher Joinville.
Esta foi a décima edição do Sarau 1º de Maio, organizado anualmente pelo Coletivo Anarquista Bandeira Negra na cidade de Joinville (SC), e o tema deste ano foi “Tomar a praça, fazer memória: por um primeiro de maio classista”. Outras edições do evento já aconteceram em espaços importantes para as lutas comunitárias de Joinville, como o Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Bráz, o Espaço Cultural Casa Iririú e a Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga, a AMORABI. Com a iniciativa do sarau, o grupo pretende resgatar a memória e a força da data para as lutas da classe trabalhadora.
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