Dia Internacional da Mulher Trabalhadora é marcado por atos em todo o Brasil

Por Repórter Popular
Créditos da foto de capa: Lia Bianchini

O dia 08 de março, datado internacionalmente como Dia da Mulher Trabalhadora, foi marcado no Brasil por manifestações em diversas cidades. Por pautas comuns à causa das mulheres, como o direito ao aborto legal, seguro e gratuito e a luta contra a violência de gênero; bem como por pautas de toda a classe trabalhadora, como condições dignas de trabalho, estudo e moradia, dezenas de milhares de pessoas marcharam por diversas cidades do país, nas capitais e nos interiores.

Veja como foram os protestos ao redor do país, bem como imagens exclusivas no vídeo ao final.

Ato em Belém é reprimido pela Polícia

Créditos: Luísa Legnaro

Na capital paraense, o ato se concentrou pela manhã no Largo do Redondo e caminhou até o Centro da cidade, terminando na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). Com aproximadamente duas mil pessoas, a manifestação foi organizada pela Frente Feminista do Pará, composta por mulheres que estão na Luta por seus direitos em diversos movimentos sociais. O protesto contou com forte participação de mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que estavam participando de um acampamento desde o dia 05 de março na Aldeia Cabana.

Ao final, o protesto foi reprimidi pela Polícia Militar e por seguranças da Alepa, que jogaram spray de pimenta nas manifestantes. Uma integrante do MST, que estava com uma criança de colo, chegou a passar mal e ter convulsões, tendo de ser encaminhada ao atendimento médico.

Recife

Em Recife, o ato se concentrou de tarde no Parque 13 de maio e caminhou até o Palácio Campo das Princesas, sede do Governo do Estado. Ainda que com um número menor do que o dos últimos anos, a marcha do 08 de março na capital pernambucana contou com milhares de pessoas. Estiveram presentes diversa entidades feministas, como o Fórum de Mulheres de Pernambuco; e um número expressivo de integrantes do Sindicato de Trabalhadoras e Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE).

Curitiba

Em Curitiba, a Marcha do 8M teve concentração às 17h na Praça Santos Andrade, no Centro da cidade. O ato, neste ano, teve como lema “Mulheres em resistência, contra todas as formas de violência. Por Terra, Teto e Trabalho e por democracia. Sem anistia!”. Centenas de pessoas participaram. Às 19h30, as manifestantes marcharam até a Boca Maldita, onde a manifestação foi finalizado. O ato foi organizada pela Frente Feminista de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral, e contou com a participação de sindicatos e movimentos sociais, como Coletivo de Mulheres Indígenas, Rede Nenhuma Vida a Menos e União de Mulheres Brasileiras (UBM), entre outros, além de apresentações artísticas com o bloco Afro Pretinhosidade e Slam.

Créditos: Lia Bianchini

Rio de Janeiro

O ato na capital do Rio de Janeiro contou com cerca de 5 mil pessoas. Diversas forças políticas estiveram presentes, mas a manifestação também estava mais vazia do que costuma-se observar no 8M. No trajeto da Candelária até a Praça da Cinelândia, no Centro do Rio, foram entoados gritos e palavras de ordem que marcaram a disputa das ruas e que pautavam, por um lado, a defesa e fortalecimento da social-democracia e, por outro, um projeto feminista popular, pautado pela ação direta e atuação de base.

 

Volta Redonda (RJ)

No polo industrial de Volta Redonda, interior do estado do Rio de Janeiro, cerca de 60 pessoas marcharam pelas redondezas do prédio do Escritório Central da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e desembocaram na Praça Brasil. Estiveram presentes partidos políticos, entidades sindicais, movimentos sociais, bem como a tendência libertária Resistência Popular Estudantil (RPE).

 

Fortaleza

Em Fortaleza, cerca de mil pessoas e entidades políticas se concentraram na Praça do Ferreira e caminharam pelo Centro da Cidade. Diversas falas ressaltaram a importância da luta por políticas públicas que garantam os direitos das mulheres.

Sobral (CE)

Em Sobral, no interior do Ceará, o ato ocorreu no Arco de Nossa Senhora de Fátima, principal ponto da cidade, e contou com panfletagens, colagem de cartazes, e uma feira de economia solidária, com bancas de mulheres, atividades culturais, capoeira, apresentações musicais, mas também com um microfone aberto em que foram feitas várias falas denunciando os casos de feminicídio no estado do Ceará, lembrando inclusive casos da própria cidade. Também foi ressaltada, nas intervenções, a importância da luta feminista de modo interseccional e da causa trans.

Florianópolis

Em Florianópolis, o ato reuniu mais de mil manifestantes, iniciando-se em marcha até a Câmara de Vereadores da cidade para repudiar a homenagem proposta por parte do legislativo municipal à deputada estadual Ana Campagnolo, antifeminista e de extrema-direita, com a Medalha Antonieta de Barros. Em seguida, o ato percorreu as ruas do Centro de Florianópolis com palavras de ordem feministas.

 

Joinville (SC)

No município de Joinville, no interior de Santa Catarina, cerca de 150 pessoas se reuniram para o ato do dia 08 de março na Praça da Bandeira, no Centro da cidade. A manifestação contou com falas públicas e panfletagens em defesa dos direitos das mulheres, e se encerrou com a apresentação cultural de maracatu do Movimento Baque Mulher da cidade.

 

Belo Horizonte

Na capital mineira, o ato contou com cerca de 5 mil pessoas e saiu da Praça Liberdade, na região nobre da Zona Sul de Belo Horizonte — onde vinham ocorrendo atos de direita e bolsonaristas —, percorrendo diversas ruas até desembocar na Praça Sete, no Centro da cidade. Foi composto por diversas entidades, especialmente coletivos feministas. No chamado da manifestação, listavam-se pautas como o repúdio a todas as formas de violência de gênero e às múltiplas jornadas de trabalho das mulheres, luta por moradia digna, defesa da diversidade e da luta LGBTQIA+, dentre outras.

Créditos: Luísa Legnaro