Desde a última terça-feira dia 18, os servidores públicos municipais de Joinville, SC, estão em greve. Decidiram após uma assembleia na câmara de vereadores dia 17, cujo estado de greve foi declarado dia 06 de fevereiro.
Ela se inicia por alguns motivos: o projeto de lei 051/2019 que extingue cargos de supervisor 2 na educação e cria 30 novos em gratificação para trabalhar na sede da secretaria. E e o 3/2020 que transforma o Ipreville (Instituto da Previdência Social dos Servidores Públicos de Joinville) em banco de investimentos, deixa a aposentadoria refém do mercado financeiro, e eleva contribuição previdenciária de 11% para 14%. Desejam que o prefeito abra as negociações da campanha salarial 2020 pedindo aumento real de 8%; o reajuste de 100% previsto pelo INPC. Outro pedido é o pagamento da dívida da prefeitura com o Ipreville, e um serviço público, gratuito e de qualidade.
Outra são concursos públicos, pois há muita falta de profissionais, o que acaba acarretando em excesso de trabalho, assédio moral, prejudica os serviços. Também aumenta o deficit atuarial de mais de 700 milhões, pois a prefeitura contratou muitos profissionais não concursados, o que gera menos contribuições para o Instituto.
As paralisações começaram dia 13 de fevereiro, em frente a prefeitura, com uma reunião geral, uma nova paralisação ocorreu segunda (17), e já na terça 18 começou a parada grevista. Neste ano devido as eleições, as reivindicações devem aprovadas até dia 06 de abril.
VITÓRIA DA CATEGORIA: MOBILIZAÇÃO GARANTIU O ARQUIVAMENTO DO PLC 051/2019
No mesmo 17, ocorreu a votação do PLC 051/2019, mas por pressão dos servidores, este que teve seu parecer favorável pelas comissões de educação e finanças, foi rejeitado pela maioria dos vereadores.
Diante de uma postura de fuga, Udo Dohler (MDB) se nega a receber comissão de negociação dos trabalhadores para iniciar o acordo salarial e reivindicativo de 2020. É sempre frustrada pelo secretário de governo, Afonso Fraiz, onde também afirmou que o projeto 3/2020 não será retirado de pauta.
Jane Becker presidenta do Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região) questiona o suposto deficit atuarial alegado pelo Ipreville. Diz que a lei 8129/2015 garantiu o pagamento parcelado deste em 2015 através do recolhimento do ICMS e Fundo Público Municipal na fonte. Ou seja, foi negociado e seria ilegal passar essa conta para nós. A lei deve ser lida e interpretada na íntegra e não permite que paguemos pela dívida, disse ela.
OCUPAÇÃO DO GABINETE
Na última sexta feira, 21, após nova sessão, a decisão de continuar o movimento paredista foi unânime, ele permanece unido e mobilizado até o prefeito os atender para começar o diálogo que vem sendo negado desde dezembro de 2019. Os servidores municipais em um ato de união e força, ocupam o gabinete do prefeito desde a tarde do dia 20, quinta feira, e continuarão lá em vigília. Há na frente da prefeitura uma barraca com informações sobre a imobilização e apoio jurídico, até o chefe do executivo os chamar para abrir as conversas.