Por Teia dos Povos (clique aqui para ir à fonte)
Na última quinta-feira (3/6), no Assentamento C. Marighella em, Santa Maria (RS), foi realizado o primeiro encontro do projeto “Da Semente ao Prato”. Elaborado pelo Guandu Grupo Agroecológico, através da Teia dos Povos em Luta no RS e da Campanha de Luta por Vida Digna, o objetivo é fortalecer os laços entre povos do campo e da cidade, para construir um processo de troca de conhecimentos e práticas em agroecologia, para possibilitar o acesso à terra, à alimentação saudável e construir uma vida mais digna.
A atividade reuniu lutadoras e lutadores da Ocupação Vila Resistência, voluntários e apoiadores. Iniciamos com uma roda de conversa sobre a importância de construirmos uma aliança popular, buscando a soberania alimentar e energética em nossos territórios, e também sobre a relação direta entre alimento e ancestralidade. Fizemos uma visitação no Território e nas áreas de lavoura e colhemos o milho cateto Guarani roxo, que será mandado para os guarani-kaiowá no Mato Grosso do Sul. Foi feita uma apresentação do histórico de conquista do assentamento e sobre nosso processo de resgate e conservação das sementes crioulas.
Houve também troca de sementes e saberes, focando nos temas da agroecologia e da alimentação saudável, complementados por um almoço agroecológico com alimentos produzidos pelo Assentamento, pelo Mutirão Grupo de Trabalhadores da Terra, retomada Xokleng Konglui e pela Comuna Pachamama.
Ao fim do dia colhemos mandioca, batata doce e bergamotas junto às famílias para levarem para suas mesas em suas casas.
O projeto tem a intenção abrir espaço em nosso território para pessoas da periferia de Santa Maria e demais interessadas/os em agroecologia que necessitam ou queiram produzir alimento e renda de forma digna em parceria com comunidades organizadas, grupos e coletivos com inserção social para possibilitar o fortalecimento de hortas e cozinhas comunitárias. Ao priorizarmos mulheres, LGBTQIA+ e pessoas em vulnerabilidade social, visamos a criação de uma rede de apoio para que essas pessoas, que tem seus direitos negados, possam decidir a produção de seus alimentos e de suas vidas desde a semente até o modo de preparo, pois entendemos a comida não só como alimento para nutrir o corpo e a alma, mas também como ferramenta de emancipação dos povos através dos tempos.
Agroecologia, autonomia e vida digna para os povos!