Comunidades do Morro Santana se mobilizam em defesa da Educação Pública.

A segunda-feira do dia 18 de setembro foi dia de intensa mobilização no entorno do Morro Santana. Nas primeiras horas do dia uma caminhada pela comunidade que teve início na Escola Alcides Cunha, passou pela Escola Porto Alegre, e encerrou em frente à Escola Marieta da Cunha, contou com a participação de professores, funcionários das escolas,mães,pais e alunos da região.
Com boa receptividade da comunidade, a marcha ao longo do percurso dialogava, distribuía panfletos, explicava as motivações da greve do magistério e convocava a comunidade para se somar na luta em defesa da educação pública.
No final da tarde, o dia de mobilização se encerrou com uma grande assembléia sediada pela Escola Alcides Cunha, onde após um grande debate com a comunidade escolar foram decididos alguns encaminhamentos.

Encaminhamentos da assembleia de hoje:
COMUNIDADES DO MORRO SANTANA EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA
O parcelamento salarial do governo Sartori (PMDB e Cia.) está acabando com a viabilidade de funcionamento da escola pública: os educadores estão sem condições físicas e emocionais de trabalhar. Enquanto o dinheiro corre solto para bancos, grandes empresas, isenções de impostos, sonegação fiscal, dívida pública, expointer e outros, o governo chora miséria pra pagar o que é seu dever: o salário dos servidores.
Muitos professores e funcionários estão sem condições financeiras de irem trabalhar porque falta dinheiro para o ônibus, pra comida, pra cobrir o vermelho da conta bancária, para pagar o aluguel ou a parcela da casa própria. O resultado é que muitos colegas optam por comer, alimentar a família ou garantir o pagamento do aluguel. Em alguns casos temos educadores sendo ameaçados de despejo. O ataque à escola pública começa com o salário dos servidores, mas termina por se voltar contra as comunidades escolares, pois impede os filhos dos trabalhadores de poderem estudar ou ter assistência de saúde. A privatização total dos serviços públicos é o seu objetivo final. Não acreditemos no que diz o governo e a grande mídia.
Se o governo Sartori não paga os salários é porque está optando politicamente por fazer os serviços públicos sangrar. Quer obrigar os servidores a pedirem “demissão voluntária”, mas nós não aceitaremos esta chantagem. Vamos fazer mobilização de rua, abaixo assinado e, até mesmo, processos judiciais. Buscaremos a união entre as escolas da nossa comunidade para derrotarmos este projeto.
Nesse sentido, a assembleia das comunidades escolares do Morro Santana defende e exige do governo:
– A legitimidade e o direito da greve do magistério, que é uma greve não apenas por salário, mas pela defesa da escola pública.
– A greve continua nas nossas comunidades por tempo indeterminado. Vamos fortalecer a comunicação por whatsapp entre os pais, alunos, educadores e a comunidade escolar (quem quiser participar destes grupos solicite).
– A continuidade do pagamento aos educadores, para que a escola pública siga funcionando e o fim do parcelamento.
– Abertura das contas do governo por uma comissão independe de alunos, pais e educadores.
– A recuperação das aulas pode ser feita de forma condensada, a ser debatida nos conselhos escolares, visando garantir a sanidade mental, as férias escolares e as condições emocionais dos educadores e alunos. A greve somente será um direito se não sofrer a chantagem dos governos, que não pagará os juros do parcelamento salarial.
– Realizar outro encontro das comunidades escolares daqui a cerca de duas semanas (com data a confirmar).
– Organizar um calendário alternativo com oficinas e aulas diferenciadas para compensar os terceiros anos caso a greve se prolongue (com datas a confirmar).
– Participar das seguintes atividades: ato do CPERS na terça feira (19/09), com saída da sede do CPERS na Av. Alberto Bins; Reunião da associação de moradores da Vila Tijuca, também na terça feira (19/09); ato convocado pela Escola Estadual Marize e Barros, às 9h de quinta feita (21/09); atividade cultural da associação de moradores e da Voz do Morro no dia 30/09 (horário a confirmar), na praça Tijuca (atrás do Gecepel) para levantar as demandas da greve do magistério.
– Realizar nova caminhada de denúncia e protesto na comunidade, com proposta de data na terça feira, dia 26/09.
– Divulgar moção de repúdio contra o despejo das famílias da vila Mário Quintana (seguir o modelo proposto pela Voz do Morro).
– Colher assinatura nas comunidades para abaixo assinado, visando processo no Ministério Público contra as ações fora da lei do governo Sartori.
Assembleia das comunidades escolares do Morro Santana
Alcides Cunha, 18 de setembro de 2017.

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