Preço dos alimentos aumentou muito no último ano, e o salário mínimo deveria custar 5 vezes mais que o atual
foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O preço dos alimentos tem ficado mais caro cada vez que vamos ao supermercado, e isso se reflete no valor da cesta básica calculada pelo Dieese, entidade criada pelo movimento sindical. A última pesquisa mostrou que a cesta básica de alimentos aumentou em 13 das 17 capitais pesquisadas no mês de janeiro, em comparação com dezembro.
Levando em consideração o último ano, todas as capitais registraram aumentos, que vão de 16,76% em Natal, a até 33,17% em Florianópolis. Hoje, a cesta mais barata fica em Aracaju, a R$ 450,84, enquanto a mais cara está em São Paulo, no valor de R$654,15.
Enquanto isso, o salário mínimo subiu só 5,45%, a um valor de R$ 1.100,00. E milhões de brasileiros e brasileiras não recebem sequer esse valor, com o alto desemprego e a precarização do trabalho. Então, o aumento do preço dos alimentos afeta as famílias mais pobres, e muitas já estão em situação de fome.
Auxílio emergencial
Nesse cenário, enquanto a pandemia ainda está forte e a economia não se recupera, o povo vem reivindicando o retorno do auxílio emergencial de R$ 600. Além disso, desde o início da pandemia, movimentos populares em várias regiões do Brasil vêm realizando trabalhos de arrecadação e distribuição de alimentos a famílias que não têm alternativas.
Salário mínimo necessário
A partir do valor da cesta básica, o Dieese calcula qual seria o salário mínimo necessário para sustentar uma família. Hoje o valor seria de R$ 5.495,52, quase 5 vezes mais que o salário atual, de R$ 1.100,00. E como os aumentos devem ficar ainda mais caros durante o ano, o salário vai ficando muito mais distante do mínimo para garantir uma vida digna.
Veja os valores da cesta básica calculados pelo Dieese em janeiro de 2021:
Capital | Valor da cesta | Variação mensal (%) | Variação em 12 meses(%) |
São Paulo | 654,15 | 3,59 | 26,40 |
Florianópolis | 651,37 | 5,82 | 33,17 |
Rio de Janeiro | 644,00 | 3,69 | 26,99 |
Porto Alegre | 626,25 | 1,72 | 24,51 |
Vitória | 624,62 | 4,05 | 26,90 |
Brasília | 614,31 | 3,80 | 27,14 |
Belo Horizonte | 592,26 | 4,17 | 29,78 |
Campo Grande | 578,62 | 0,37 | 26,34 |
Goiânia | 574,76 | 1,94 | 26,30 |
Curitiba | 559,73 | 3,58 | 23,75 |
Fortaleza | 532,97 | -0,37 | 22,98 |
Belém | 507,31 | 1,28 | 22,08 |
Salvador | 488,94 | 2,06 | 29,87 |
Recife | 474,22 | 1,03 | 19,77 |
João Pessoa | 471,87 | -0,70 | 21,61 |
Natal | 454,49 | -0,94 | 16,76 |
Aracaju | 450,84 | -0,51 | 22,28 |
Fonte: Dieese
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