Damos continuidade à cartilha sobre violência colonial contra mulheres indígenas e negras (para conferir as outras partes desta série, clique aqui e aqui). Este material aborda de forma específica e denuncia alguns dos tipos de violência que mulheres negras podem sofrer. Estas violências são um processo continuado de um Brasil colonial e racista.
Durante a pandemia, a violência contra a mulher negra disparou, evidenciando um cenário prévio de violência e racismo estrutural que ainda hoje afeta essas mulheres. Representam a maior parte da classe trabalhadora feminina, tem seus direitos à vida negados assim como permissões do estado para tais negações.
Entre lutos e lutas, estas mulheres enfrentam o genocídio de seus filhos associado ao descaso e negação dos direitos à vida, pela precariedade de resposta do estado em relação a pandemia, dado que a população negra é a mais afetada pela contaminação da Covid-19. Nem mediante este genocídio declarado, a violência policial nas periferias cessou, ou de modo mais geral, a violência que é fruto do patriarcado e do racismo estrutural nem sequer diminuiu.
Confira abaixo a Cartilha sobre violência colonial contra a mulher negra:
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Você também pode baixá-la clicando aqui.
Finalizamos com o trecho do poema “Sonhei”, de Carolina de Jesus, uma das escritoras mais importantes do país, e que só teve sua grandeza devidamente reconhecida décadas após sua morte.
“Quantas coisas eu quiz fazer
Fui tolhida pelo preconçêito
Se eu extinguir quero renascêr
Num país que predomina o preto.
Adeus! Adeus, eu vou morrer!
E dêixo êstes versos ao meu país
se e que temos o direito de renascer
Quero um lugar, onde o preto é feliz
[…]”
Carolina Maria de Jesus