Segunda-feira (23), quarto dia de manifestações pedindo Justiça Por Beto, dessa vez em frente ao Carrefour da Av. Bento Gonçalves, Zona Leste de Porto Alegre
Fomos contatados por trabalhadoras do Carrefour que nos informaram que os patrões mantiveram eles presos contra sua vontade dentro do estabelecimento, desde as 16h, quando fechou as portas, mesmo a manifestação estando marcada para 18h: “Mandaram nós ficar escondidos”, relatou uma trabalhadora. Nossa fonte relatou que pessoas passaram mal, e que mesmo a gerência tendo evacuado o prédio de clientes, mantiveram os funcionários presos até as 22h. Dado o histórico de violações dos direitos humanos pelo Carrefour, chama atenção a forma como a empresa trata seus trabalhadores, já que evacuação foi dada apenas aos clientes, e os trabalhadores foram colocados em situação de risco, próximo a um local em que a polícia estava utilizando de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Aparentemente se tratou de uma tentativa de colocar os trabalhadores contra a manifestação.
Com medo da reação popular contra o assassinato de Beto, mais uma vez a multinacional contou com a Tropa de Choque como segurança particular, que reprimiu violentamente a manifestação com balas de borracha, bombas de gás e efeito moral e, dessa vez com reforço da cavalaria que partiu para cima dos manifestantes. Um casal que não participava da manifestação passava pelo local quando recebeu uma cacetada de um policial da cavalaria e em seguida atropelado pela cavalaria. João da Roza Zeferino foi levado para o Hospital Cristo Redentor com um ferimento nas costas e ainda não se sabe seu estado de saúde.
Na dispersão, a população correu em direção ao Morro da Cruz e foi perseguida pela polícia que seguiu atirando e disparando bombas. Recebemos relatos de que inclusive a polícia invadiu casas de moradores atrás de manifestantes. De acordo com o plantão de apoio jurídico, até o momento não há confirmação de prisões. Qualquer informação atualizaremos. Porém muitas pessoas foram detidas e após apresentação de documentos foram liberadas conforme seu bairro de origem, relatou um manifestante:
“Depois que eles olharam os documentos de cada um de nós e perguntaram nossos bairros, eles disseram para irmos pra rua da esquerda ou pra rua da direita. Provavelmente essa divisão significa diferença de abordagem. Pois quem era da vila Santa Isabel foi pra esquerda (e tinha traços mais negros mesmo).”
Foto em destaque: Maia Rubim
aqui no morro da cruz tinha que vim o pcc ou ou o trafico que nem do rio de janeiro dai duvido eles entrar em casa das pessoas sem mandado dai iria virar tudo mocinha