O texto abaixo é um editorial do Repórter Popular,
produzido junto à Campanha de Luta Contra a Fome,
promovida pela Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)
2022 não está fácil para as e os de baixo, e não será nas eleições que nossas necessidades se tornarão fáceis de resolver.
Enquanto os efeitos mais graves da pandemia estão começando a ser controlados, principalmente pelas vacinas, ainda sofremos com as políticas antipovo, intensificadas nos últimos anos, impostas por ricos e políticos.
A serviço dos ricos, os governos aumentaram os preços dos combustíveis; pioraram as condições de trabalho e de aposentadoria; e cortaram investimentos sociais. Isso deixou alimentos mais caros, aumentou o endividamento da população e jogou muitas pessoas em trabalhos precários – ou, até mesmo, no desemprego. Vemos, também, o sucateamento da saúde e da educação, e tudo nos joga para a fome.
Esse editorial foi produzido por um convite da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB), para chamar atenção para a fome que faz tanta gente sofrer. A intenção deste texto é propor uma campanha combativa junto ao povo.
O cenário em que vivemos é assustador
Dados de 2020 apontam que, em 55% dos lares brasileiros, os moradores conviviam com a insegurança alimentar. Isso corresponde a mais de 116 milhões de pessoas sem acesso pleno a alimentos, ou seja, pessoas que não possuem certeza de que poderão fazer três refeições em um dia. Em 2020, 19 milhões passavam fome, quase 10% da população.
A fome é um problema que nunca deixou de existir e voltou a se agravar e a atingir camadas mais amplas do nosso povo nos últimos anos. Precisamos enfrentar de essa realidade, através da luta constante e cotidiana onde vivemos, trabalhamos e estudamos.
Desde 2020, a inflação vem subindo mês a mês, corroendo os salários com o aumento dos preços de todos os itens básicos. O preço dos alimentos subiu ainda mais: o valor da cesta básica calculado pelo Dieese já passa dos R$ 700, enquanto os salários não aumentam.
O que o povo pode fazer diante desse problema
Nós, do Repórter Popular, existimos para mostrar onde há problemas para o povo e onde há luta para resolvê-los. Por isso, chamamos movimentos sociais, coletivos e grupos populares a se somarem na Campanha de Luta Contra a Fome, proposta pela Coordenação Anarquista Brasileira, para que, cada bairro, sindicato, grupo de trabalhadores e trabalhadoras, vila ou local de trabalho, a gente possa construir alternativas de luta contra a fome.
Enfrentar esse problema é uma batalha que faremos desde baixo, nos organizando e com ação direta. De hortas comunitárias a distribuição de alimentos, de cozinhas comunitárias a atos de rua, estaremos nas ruas, nos bairros, nas ocupações, pensando e praticando formas de resistir à fome e avançar em direção a um mundo mais justo. Se a fome é um projeto político, devemos encontrar, coletivamente, formas de nos opor a esse projeto de morte que as classes dominantes nos impõem.
O Repórter Popular se coloca, como o portal de jornalismo independente e popular que é, como ponte entre as ações da Campanha feitas pelos coletivos que a construírem e as redes, divulgando as ações em todos os formatos que forem utilizados.
Ao longo deste ano serão divulgadas ações no marco da campanha. Junte-se a nós! Para nos enviar material audiovisual, textual, ou qualquer outro formato, entre em contato conosco. Seguimos, lado a lado, nessa construção para enfrentar a fome e toda forma de opressão! O povo tem voz!
Sem paz para os ricos enquanto o povo passa fome!
Repórter Popular
Maio de 2022
Nós do CMAM – Coletivo de Mulheres de Ananindeua em Movimento, firmamos parcerias com a Ação da Cidadania – Betinho Souza.
Estamos junt@s nessa luta, entre outras, desde 2019, tão necessárias, como forma de resistir a fome de milhões de famílias e busca de um Brasil menos desigual, justo e solidário.