Caminho das mulheres até o ELAOPA 2023

Por Reporter Popular RS

Conforme já noticiado, nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2023, ocorreu o XIV ELAOPA, Encontro Latino Americano de Organizações Populares e Autônomas, na cidade de Rosário, Argentina. Lançamos material audiovisual produzido à várias mãos, lançado pelo Coletivo Catarse, que tenta ilustrar o caminho das mulheres e sua luta através do ELAOPA, a partir da participaçao de uma mesa com Rusha e Gah Té.

Rusha, militante da Vila Resistência, acentuou a importância de

“olhar pro nosso passado pra aprender com ele…Temos muito a aprender com esse retorno, buscar formas de ser e viver, ancestrais”.

Segundo ela, esse olhar pra trás faz a gente fazer o que a gente sabe, e sente que tem que fazer para seguir na luta. Vemos a história repetir diante dos nossos olhos, em que vemos o mundo que nos destroi mas também podemos criar um mundo, construir um mundo.

Gah Té, lidarança da Retomada Gah Ré, na região do Morro Santana, em Porto Alegre, também estava presente no evento. Faz uma interessante reflexão sobre a política,e afirma que as políticas públicas vem sendo contra o povo, e não a favor dele.

Ainda, diz que o papel de liderança não é construir benefícios para si, mas para o povo. Todas as indígenas que pode, tenta escutar o que vão fazer, convida-os a planejar com a representante um plano de ação.

“A política do povo, não contra o povo. Nesses próximos anos temos muitas coisas pra planejar e fazer. Não sei se vamos conseguir. O Congresso, que foi eleito pelo povo, trabalha contra o povo.”.

A liderança indígena comenta também a questão da demarcação de terras, assunto extremamente atual com a situação do marco temporal. Fala do papel do dinheiro nesse assunto, em que as pessoas não se interessam pela vida. Reivindica a união que vem ocorrendo dos Kaingan, Xokleng e Charrua.

As falas exaltaram o bem viver, as formas de solidariedade e união dos grupos na resistência aos processos de destruição da natureza, dos rios, das florestas, criando mais pobreza e miséria. Ainda, conclamam que esse olhar para trás e entender melhor porque a gente está como está. O povo sempre encontrou formas de se proteger, de defender os territórios e de resistir. Precisamos olhar para isso e se alimentar disso, complementa Rusha.

As falas terminaram com presentes cantando: Arriba, Arriba, Arriba los que luchan, canto que convida a fazer força da organização e da luta das organizações populares, organizações estas que estiveram presentes neste XIV ELAOPA.

Na sequência, o Reporter Popular publica as entrevistas realizadas com militantes das áreas sindicais, estudantis e comunitária, eixos organizados pela organização do encontro para realização dos debates, análises e proposições.