No dia 06 de dezembro de 2024, moradores do Morro Santana e Jardim Itu Sabará, junto de coletivos ambientalistas, Retomada Gãh Ré e moradores de outras regiões da cidade protestaram contra o arboricídio e o ecocídio promovido pelas companhias Melnick e Zaffari.
A Floresta do Sabará, é uma região de aproximamente 40 hectares, localizada no Bairro Jardim Itu Sabará, que fica na região leste da cidade de Porto Alegre. Desde março de 2024, essa região está passando por um processo de destruição para dar lugar à um mega empreendimento das Companhias Melnick e Zaffari, que envolvem a construção de condomínios e espaços comerciais na região.
O levantamento ambiental consta que existe uma importante diversidade de fauna e flora na região. Desde butiazeiros, figueiras e outras espécies frutíferas da mata atlântica, o local é também berço de nascentes de água, assim como habitat de graxains, lagartos e aves, como conta através da página do Instagram uma das organizações de defesa da floresta, a SOS Floresta do Sabará.
Porém, para as companhias Melnick e Zaffari, a Floresta do Sabará é apenas mais um local para a expansão dos seus empreendimentos de lucro, exploração e destruição do meio ambiente. Processos semelhantes têm ocorrido em toda a cidade, onde os empreendimentos imobiliários ocorrem sem a devida consulta à população que mora no entorno; sem análise dos reais impactos ambientais e riscos de alterações significativas na vida das pessoas que vivem na cidade.
Em entrevista recente a um portal de notícias, o docente da PUCRS, Pedro Abreu Ferreira, levanta elementos sobre as alterações climáticas que a destruição dessas áreas de vegetação produz, elevando a temperatura da região. Segundo ele, são “ilhas de frescor” numa cidade e interferem no conforto térmico do local. 
Além disso, seguindo a análise do docente, esses projetos não levam em consideração o papel que essas regiões cumprem com a absorção da água da chuva pelo solo. Os 9 hectares de floresta destruídos pela obra (restam ainda 40hectares da floresta), já não absorvem da mesma forma a água da chuva. A continuidade dessa destruição aumenta os riscos de inundações da região.
Tendo essa luta em vista, moradores dos bairros Morro Santana e Jardim Itu Sabará, em conjunto com movimentos ecologistas, Retomada Gãh Ré e outras pessoas apoiadoras, realizaram um protesto no dia 06 de dezembro na Avenida Protásio Alves, na esquina com Avenida Ary Tarrago, contra o arboricídio e ecocídio gerado por este e outros empreendimentos que vêm ocorrendo nas distintas regiões da cidade. 
Uma das consignas da manifestação foi “Desmatar não é progresso – desmatar é regresso”, que parece ilustrar o falso pretexto que essas empresas utilizam, de melhorias e ganhos na vida de consumo e habitação de alguns, quando na verdade ceifam vidas e geram impactos que poderão ser irreversíveis na cidade que habitamos.
O coletivo Preserve Morro Santana realizou um vídeo sátira, “O Desabafo de Um Esquilo”, que também contextualiza a situação a partir do símbolo da rede Zaffari, assista aqui!
A luta segue e talvez outras manifestações ou ações coletivas surjam desse processo. Acompanhe a luta e apoie os coletivos envolvidos.
