Em 1º de agosto deste ano, o artesão Santiago Maldonado foi detido em um protesto que pedia a liberdade de Facundo Jones Huala, liderança mapuche, atualmente presa na Argentina, que pode ser condenado como terrorista, foi duramente reprimido pela Gendarmería Nacional (Força Militar argentina). Desde então, Maldonado está desaparecido.
O ato acontecia na Rota 40, estrada que liga a Argentina ao Chile, local próximo a Cushamen, na província de Chubut, onde os Mapuche realizaram uma retomada de terras que estão sob o domínio da empresa multinacional Benetton. A série de protestos em apoio à luta indígena por seus territórios se intensificou no mês de agosto e ganhou novos episódios de repressão no dia 31, véspera de um ato nacional que pediria o reaparecimento de Maldonado, a polícia do país desencadeou operações contra diversas organizações do país, chegando a invadir sedes em Córdoba e Buenos Aires.
Foram diferentes espaços e centros culturais de organizações políticas e sociais, sendo: a Biblioteca Popular de Villa la Maternidad, Casa 1234, Espaço Social e Cultural Ateneo Anarquista no Bairro Guemes, Kasa Karacol da Federação de Organizações de Base (FOB), a sala de jantar da Frente de Organizações em Luta (FOL), sede do Partido Obrero e Movimiento Socialista de los Trabajadores (MST). Todas essas organizações têm em comum o fato de terem participado da 3ª Marcha Nacional Contra o Gatilho Fácil (uma ironia usada para se referir à violência policial no país) no dia 28 do mesmo mês.
Ainda assim, no dia 1º de setembro, pessoas saíram às ruas para protestar contra o sequestro de Santiago Maldonado. Mesmo com todas as mobilizações, o Governo Macri não admite o desaparecimento, “não existem indícios de que Santiago estava presente”, declarou a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
O caso também chama atenção das entidades ligadas a questão dos Direitos Humanos pois é o primeiro caso de “desaparecimento forçado” desde 1983, final do período de regime militar no qual mais de 30 mil pessoas sumiram.