Aldeia Marakana ocupa Defensoria Pública e barra reintegração de posse

Nesta segunda-feira, dia 16, integrantes da Aldeia Marakana, território indígena localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, fizeram um protesto no centro da cidade contra um novo pedido de reintegração de posse que partiu do Ministério Público. O interesse do Estado em invadir a aldeia Marakana não é novo, e desde a realização dos mega-eventos esportivos no Rio de Janeiro esta população é alvo de investidas do poder público, uma vez que a região é visada pelo mercado imobiliário devido à proximidade do Estádio do Maracanã.

Os manifestantes caminharam da rua Acre até a Uruguaiana e, de baixo de uma chuva de granizo, ocuparam o prédio onde fica localizada a Defensoria Pública. A movimentação durou cerca de 2 horas e garantiu a suspensão do pedido de Reintegração de Posse. O Ministério Público ainda pode recorrer, por isso a Aldeia seguirá mobilizando luta em defesa de seu território.

“Essa é mais uma mobilização que estamos fazendo porque sempre estamos sendo alvos da justiça, pelo desembargador Alcides do TRF2, que desde 2012 quis nos retirar da Aldeia para construção de estacionamento para a Copa do Mundo. Tiraram a gente em 2013, nós voltamos em 2015. Tiraram a gente em 2016 por causa das Olimpíadas, nós voltamos após as Olimpíadas e estamos lá desde então. Agora recebemos uma intimação do Ministério Público que nos deixou consternados, dizendo que eles podem nos retirar de lá a qualquer momento.” – disse Ana, integrante da Aldeia Marakana em entrevista ao Repórter Popular.

Por volta das 17 horas, os manifestantes que haviam ocupado a Defensoria Pública deixaram o prédio e fizeram o comunicado ao restante dos presentes de que a reintegração de posse, por hora, está suspensa. A notícia foi recebida com empolgação e alegria por todos e todas que ali estavam.