Por Mk*
Na quinta-feira, 24 de abril, a Starbucks Workers United [União de Trabalhadores da Starbucks] fez uma denúncia sobre a exploração do trabalho análogo à escravidão na cadeia de produção de café da gigante global. A acusação vem do Brasil, um dos maiores fornecedores de café para a marca.
De acordo com a publicação da União de Trabalhadores da Stardbucks no Instagram, a empresa compra café de fazendas brasileiras onde trabalhadores são submetidos a condições de trabalho forçado. A denúncia foi baseada em artigo do The Guardian, que revela um processo envolvendo oito vítimas que trabalharam em condições degradantes, enquanto o café em questão ostentava o selo de “origem ética”.
A organização Coffee Watch, que combate a importação de café brasileiro produzido sob exploração, já pressiona o governo dos Estados Unidos para barrar o café vindo dessas fazendas.
Para a Starbucks Workers United, essa é mais uma prova da hipocrisia de uma corporação que, enquanto promove sua imagem de empresa “ética”, fecha os olhos para a exploração nos bastidores.
A crítica não se limita às fazendas brasileiras. As condições de trabalho nas franquias da Starbucks nos Estados Unidos também são questionadas: salários baixos, falta de acesso a cuidados de saúde, assédio, equipamentos quebrados e uma disciplina impiedosa.
A Starbucks se comporta dentro da regra do jogo das corporações globais, impondo pesadas jornadas de trabalho e tratando seus funcionários como meros números.
Estamos a menos de uma semana do 1º de Maio, o Dia Internacional das pessoas Trabalhadoras, uma data que remonta à luta das operárias e operários de Chicago, em 1886, que exigiram 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso. No entanto, mais de um século depois, as corporações globais continuam a violentar os nosso direitos conquistados.
O que se vê, no lugar disso, são jornadas de trabalho de 6 x 1 nas filiais da rede do copo branco de café no Brasil, além da perpetuação de um ciclo de exploração onde a violência laboral é “servida” em cada copo de café da Starbucks.
*A coluna Vivo Na Cidade é uma iniciativa do militante Mk, de Joinville/SC, com atuação na luta comunitária e sindical. O objetivo da coluna é relatar aspectos da luta popular na cidade, passando por questões políticas, econômicas e culturais.
Lei também o site a entidade sindical
e o post no Instagram.