Nós, da Biblioteca Comunitária Lutador Dito, realizamos atividades com o tema da tarifa zero e o transporte coletivo em Joinville e região. A partir dos nossos encontros, decidimos adotar uma posição clara a respeito do assunto.
Em nossa visão, o modelo de exploração das empresas privadas sobre o nosso direito de ir e vir e sobre o transporte público — conquistas históricas das lutas populares — está sendo arrancado de nossas vidas. Afinal de contas, os nossos salários não são suficientes para cobrir moradia, alimentação, estudos, saúde, transporte e lazer.
Por exemplo, o Bairro Itinga está distante dos espaços públicos de arte e lazer, que são concentrados na região central. A partir de 1º de janeiro, o prefeito Adriano Bornschein Silva assinou o aumento da passagem para R$6,25 na tarifa antecipada e R$6,50 na tarifa embarcada.
No final de semana, para uma família de quatro pessoas, o gasto com transporte será de R$50,00. Na realidade de muitas famílias, não há como destinar recursos financeiros para o transporte, sem contar os gastos com alimentação e lazer.
Acreditamos que o direito à cidade está intimamente ligado ao direito à literatura. Afinal, um direito está relacionado ao outro. Como viver sem que ambos andem juntos, lado a lado, como as lutas dos povos latino americanos têm feito, virando os direitos de cabeça para baixo? Aqui, na Dito, buscamos escrever poesia cortando a cidade de zarcão, sem catraca.
Não ao aumento!
Tarifa zero já!
Pelo direito à cidade!
Pelo direito à literatura!