Por Repórter Popular – RS
Trabalhadoras e trabalhadores vêm reagindo contra a reforma previdenciária aprovada de forma apressada e vertical na província de Santa Fe, na Argentina. Após a votação na Câmara, no dia 12 de setembro, já foram deflagrados protestos acompanhados de cenas de violência, repressão e criminalização. Até o dia 17 de outubro, seis pessoas estavam presas, tendo então sido soltas, porém respondendo a processos por se organizar e lutar.
A reforma, impulsionada pelo governador Maximiliano Pullaro, busca resolver às custas dos rendimentos dos empregados ativos e aposentados um suposto déficit – nunca provado – do fundo provincial de aposentadoria, ao qual contribuem trabalhadores e trabalhadoras docentes, estatais, judiciais e de empresas públicas.
Sindicatos e movimentos populares interpretam que a aprovação desta lei implica um ataque aos direitos previdenciários de trabalhadores ativos e aposentados, um atentado conta a aposentadoria digna. A reforma foi tratada de forma acelerada e intransigente já que o governador contava com maioria nas duas Câmaras.
Durante a sessão parlamentar, trabalhadores e trabalhadoras organizados em seus sindicatos estiveram resistindo nas portas do prédio do congresso. Foram reprimidos, o que desencadeou a interrupção do funcionamento normal da sessão, resultando numa votação às pressas. Segundo manifestantes, isso evidenciou nitidamente o viés antipopular do projeto.
A partir da cidade de Rosário, uma militante relatou:
Trata-se de uma reforma de ajuste sobre o presente e o futuro de uma grande parte dos trabalhadores da Província, no marco de um governo provincial que vem atacando os direitos trabalhistas desde que assumiu. Direitos envolvendo as tomadas de decisão e participação de sindicatos, acordos sobre demissões, não assinatura de promoções e mandatos, entre outras medidas.
Passado um mês da sessão no legislativo, ocorreram prisões a militantes, num procedimento bastante violento, especialmente na cidade de Rosário. Todos os presos são trabalhadores sindicalizados – a maioria, delegados ou dirigentes de AMSAFE, ATE, CTA A e FESTAM que participaram dessa jornada de lutas.
Até o dia 17 de outubro houve mobilizações pedindo sua soltura, que ocorreu neste mesmo dia em audiência realizada. No entanto, a criminalização dessas pessoas trabalhadoras já ocorreu, e agora terão que responder a processos, o que já se configura como uma criminalização da manifestação e organização sindical.
Para terminar, reproduzimos as consignas e saudações enviadas desde Rosário, como contribuição para noticiar o fato e ampliar solidariedade a essa luta.
É uma tentativa explícita de intimidação e controle sobre os setores combativos que estão resistindo os embates deste nefasto governador, alinhado à política de extrema-direita de Milei.
É fundamentar frear a criminalização das manifestações.
Liberdade e reversão dos processos dos presos por lutar contra a reforma previdenciária!
Arriba los que luchan!
Agrupación de Estatales Luisa Lallana en ATE
Agrupación Docente Julia García en AMSAFE
Nome das pessoas detidas em Rosário:
Román González – AMSAFE
Franco Casassola – AMSAFE
Diego del Castillo de Curbelo – AMSAFE
Maximiliano Molina – FENAT CTA
Daniel Vazquez – ATE
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