Sob iminente ameaça da Country Empreendimentos LTDA. e participação direta do Município, o Quilombo Kédi, com 1 século de existência, segue resistindo e recebendo solidariedade.
No final da tarde do dia 23 de novembro, na semana da consciência negra o juiz da 4° Vara da Fazenda Pública do Fórum Central da Comarca de Porto Alegre, autorizou o uso de força policial para destruir 5 casas do território, à pedido do Município, que teria acordo com duas famílias para passar essas áreas para o ente.
Um ato ilegal e racista, que atinge o território ancestral e que busca fragmentar a luta coletiva.
Além disso, o Município se coloca como marionete da construtora, pois assim que tiver realizado a destruição, repassará os terrenos em 24 horas para a empresa, por força de contrato.
Esse ataque segue a mesma lógica de tantos outros que já tentaram acabar com outros quilombos, como o dos Machado, e impedir retomadas indígenas, como a Retomada Gãh Ré, no Morro Santana.
Os atores desses ataques pela cidade todos conhecemos, Zaffari, Melnick, Maisonave, Goldstein, Syrotsky, com apoio irrestrito da administração municipal, num claro exemplo da relação espúria do Estado e do Capital.
O Quilombo
O centenário quilombo Kédi se localiza na av. Nilo Peçanha, n.° 2200, próximo ao Iguatemi, ao lado Country Club e Savarauto (revendedora Mercedez-Bens) e cercada por condomínios de alto padrão.
Embora certificada pela Fundação Palmares desde 2021 e com processo de titulação aberto pelo Ministério Público Federal no INCRA, a pressão para expulsar as famílias e branquear a população local é intensa.
De outro lado, entretanto, encontram a forte luta quilombola e a irrestrita solidariedade dos de baixo.
One comment
Comments are closed.