Por Repórter Popular – Florianópolis
No início da tarde de ontem (30), cerca de 50 ambientalistas e militantes de diferentes grupos de Florianópolis se reuniram em uma mobilização em frente à Catedral, no centro da cidade.
A manifestação foi organizada após uma série de casos emblemáticos de avanços contra a natureza e as comunidades populares na cidade. No texto divulgado pelo grupo, são citados os episódios do vazamento de esgoto na Lagoa da Conceição; o desmatamento promovido pelo capital imobiliário no Córrego Grande e na Costa de Dentro; a seca na Lagoa do Peri ano passado; o projeto de construção da megalo-marina na avenida Beira Mar; e os ataques realizados pela Prefeitura contra as ocupações urbanas da cidade. Todos eles aconteceram durante a pandemia da covid-19.
Para os grupos ambientalistas, esses casos representam sintomas de um problema de fundo: a cidade está à venda para a especulação e o capital imobiliário, que avançam de forma feroz sobre a natureza e sobre as comunidades populares, com aval do prefeito Gean Loureiro (DEM).
A forma encontrada para dialogar com a população e pressionar o poder público envolveu também a arte de rua. No ato de ontem, manifestantes entraram em personagens para expor publicamente tudo aquilo que os especuladores imobiliários pensam, mas não falam em voz alta: as áreas de preservação foram leiloadas em praça pública por preços módicos para qualquer um que tivesse amigos importantes no poder.
Uma transmissão ao vivo foi realizada pelo portal Jornalistas Livres.
A ação faz parte da campanha SOS Ilha da Magia, que também colocou quatro outdoors espalhados por Florianópolis denunciando o ecocídio em curso.
A força por trás da mobilização é o Tecendo Redes, uma articulação de movimentos ambientais e comunitários. Fazem parte do grupo o Coletivo UC da Ilha; o ISAS – Instituto Socioambiental da Praia do Santinho; o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); o Movimento popular em defesa da Lagoa da Conceição e por saneamento básico sustentável em Florianópolis; o Movimento Ponta do Coral 100% Pública; o SOS João Paulo; o SOS Mata Nativa Córrego Grande e o SOS Lagoa do Peri. Outros grupos ainda estiveram presentes na manifestação, como o movimento Eu Sou Jacaré Poiô, do Santinho.
A articulação Tecendo Redes também tem participado das manifestações pelo Fora Bolsonaro na cidade, chamando atenção para o projeto de destruição executado pelo Governo Federal.
Confira aqui o panfleto distribuído pela articulação Tecendo Redes no ato.
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