Por Repórter Popular – São Paulo
Em seu canal do youtube, o N.A.D.A (Núcleo Audiovisual de Difusão Anarquista) mostra a cobertura, através de falas de um ato, da greve pela vida, feita pelos profissionais da educação, por mais de 100 dias. Essa greve ficou marcada pela luta contra as políticas genocidas dos governos estaduais, federais e municipais, além de contar com um protagonismo das bases contra a burocracia sindical. Bom notar também a presença majoritária de mulheres, que mostraram sua força impulsionando e construindo os comandos de greves regionais, bem como atos e apoio mútuo.
Leia a nota e veja o vídeo do N.A.D.A
“As professoras e professores do ensino público iniciaram uma heróica greve de mais de 100 dias pela vida. Não só pelas deles, como da comunidade escolar e do povo. Diante do sucateamento geral do serviço público as pessoas trabalhadoras partiram para a organização e não esperaram as diretorias de seus sindicatos: se uniram em comandos de greve regionais que articulam um comando unificado. A burocracia sindical desde o início agiu no sentido de frear a luta, criticando professores que tiveram que sair as ruas para se manifestar, mesmo que em carreata e passando 3 meses de greve sem realizar uma assembléia. “O sipeem é dirigido a 30 anos pelo Cláudio Fonseca, um burocrata que inclusive foi eleito de maneira ilegítima na última eleição que foi realizada ano passado durante a pandemia, sem nenhuma transparência onde 90% da categoria não votou. (…) Esse burocrata nada sabe das dores que a gente vive enquanto trabalhadores e trabalhadoras”. Para além de uma direção sindical totalmente desconectada da base, que é composta majoritariamente por mulheres, outro problema escancarado é o machismo enfrentado diariamente pelas companheiras: “Por muito tempo fomos silenciadas e somos ainda. Nossos sindicatos são majoritariamente presididos por homens. Na hora da gente fazer uma reivindicação, geralmente a gente era silenciada, nosso microfone era cortado.” Uma das grandes vitórias foi esse protagonismo das mulheres, que organizaram grupos de mulheres para arrecadação de cestas para fundo de greve, mantimentos para famílias de alunos e toda forma de apoio mútuo em conjunto com os comandos de greve. “Essa burocracia necessariamente precisa ser varrida. E varrida com essa força da nossa categoria. é curioso notar como eles separam a luta política da luta contra as opressões, não a toa se expressa a continuidade essas opressões nos métodos da burocracia sindical”. Avante educadoras e educadores! Vocês estão mostrando na prática a necessidade do desenvolvimento de um novo sindicalismo, pautado pelas bases, pela democracia direta e autonomia descentralizada, e que tenha a luta contra todas as opressões como um princípio político.”