Por Repórter Popular – Florianópolis
Cerca de 3 mil manifestantes se reuniram em ato na manhã deste sábado (26) em Florianópolis. Em Itajaí, trezentas pessoas estiveram presentes. As marchas estavam marcadas para acontecer no dia 19 de junho, aliadas ao calendário nacional, porém haviam sido canceladas pelas fortes chuvas daquele final de semana em boa parte de Santa Catarina.
Este fim de semana representou um momento de mobilização estadual pelo Fora Bolsonaro. O presidente genocida estava em solo catarinense desde a sexta-feira (25), quando desembarcou em Chapecó, onde realizou mais uma motociata no sábado. Assim, a ida para as ruas transmitiu a mensagem de que Bolsonaro não é bem-vindo no estado.
Na sexta (25), militantes da região de Chapecó marcaram presença no desembarque do genocida no aeroporto e realizaram intervenções pela cidade, lembrando os mais de 500 mil brasileiros mortos pela falta de políticas nacionais de combate à pandemia. Apenas em Chapecó, foram mais de 650 mortos até agora.
No sábado, a população foi às ruas em Itajaí e Florianópolis, além de outras cidades no estado. As marchas ganharam maior significado após uma semana em que várias notícias aumentaram a indignação com o governo Bolsonaro. Além da marca de 500 mil mortes, tivemos a aprovação na CCJ da Câmara dos Deputados do PL 490 contra os povos indígenas e as notícias da CPI. A investigação parlamentar demonstrou que houve uma tentativa de esquema bilionário para coagir o Ministério da Saúde a comprar as vacinas Covaxin, da indiana Bharat Biotech, através de uma empresa laranja e por preço muito superior às vacinas de outras marcas que Bolsonaro recusou.
Em depoimento, na sexta-feira, os irmãos Luís Miranda (deputado federal, DEM/DF) e Luis Ricardo Miranda (chefe do Departamento de Logística do Ministério da Saúde) relataram que levaram os indícios de corrupção para conhecimento do presidente no dia 20 de março de 2021. Bolsonaro teria dito saber que seu líder na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP/PR), estava envolvido no esquema, mas não tomou nenhuma ação a respeito. A revelação demonstrou que o presidente foi conivente ou diretamente responsável pela negociata, aumentando a pressão pela derrubada de Bolsonaro.
A manifestação em Florianópolis foi agitada. Através das filas duplas que garantiam o distanciamento social, a marcha chegou a fechar uma enorme extensão da Av. Mauro Ramos, com grande impacto no trânsito do Centro. Além das palavras de ordem, houve baterias de instrumentos em diferentes partes da marcha e colagem de cartazes. Um boneco do presidente foi arrastado durante o trajeto, sofrendo socos e pontapés, apenas para ser queimado em uma grande fogueira no encerramento, realizado por volta das 12h30 no Largo da Alfândega.
Não foram registrados episódios de repressão policial ou conflitos.
Já existem novos atos convocados com a pauta Fora Bolsonaro. Após uma escolha nacional pela data de 24 de julho, manifestações locais já haviam sido marcadas em algumas cidades. Com as notícias da CPI e aumento da rejeição ao presidente, o ato nacional foi antecipado para o próximo sábado (03). Em 13 de julho, outra mobilização nacional pela derrubada do presidente genocida também inclui as pautas de repúdio à privatização da Eletrobras e ao PL 490, que ameaça gravemente os povos indígenas por todo o país.
Na foto em destaque, a marcha em Itajaí (SC).
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