Comitê da Campanha de Luta Por Vida Digna – RJ
A dura realidade de uma pandemia que completa um ano no nosso país não impediu que o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora no Rio de Janeiro fosse marcado como um dia de luta. As ações começaram no dia anterior, 7 de março, com uma carreata e bicicletada.
A saúde das mulheres foi um dos temas centrais, ligando temas estruturais como a legalização do aborto, para que as mulheres deixem de ter suas vidas ceifadas por terem o direito sobre seu próprio corpo furtado pelo Estado. Também outras questões conjunturais, como um plano de vacinação e real isolamento com direito a um valor do auxilio emergencial suficiente para lhe dar com altos preços no mercado, para que o povo possa realmente ficar em casa, foram temas tocados nas atividades. A data também foi marcada pela luta contra a privatização da CEDAE, pois trabalhadoras e trabalhadores se somaram ao ato, denunciando o leilão criminosa que esta marcado para o dia 30/04.
Panfletagem organizado pelo Mulheres Resistem – RJ.
O dia 08/03 foi marcado por panfletagens na Carioca no Centro do RJ e nas Barcas em Niterói, organizada pela Mulheres Resistem – RJ que mobilizou o comitê de Campanha de Luta Por Vida Digna do estado. A atividade garantiu que a presença nas ruas se desse de forma a dialogar com as mulheres trabalhadoras, que por falta de opção estão cotidianamente nas ruas, nos transportes lotados, nas aglomerações impostas pelo capitalismo.
A campanha também esteve presente na construção do 8M em outras cidades. Em Petrópolis, onde o 8M vem se constituindo como uma das datas mais simbólicas e orgânicas de luta, também marcamos presença na construção das atividades que aconteceram. Foram colocados varais e faixa com artes e os motes, foi feito projeção em um monumento e teve também uma performance de uma companheira do movimento negro.
Em Volta Redonda o dia também foi marcado por ações de rua e agitações. Os manifestantes se concentraram na Praça Brasil e às 19h caminharam em direção a Praça Juarez Antunes, com faixas, cartazes e diversas palavras de ordem.
Diante desta dura conjuntura, ficar em casa não parece uma opção, estar nas ruas se mostra necessário para enfrentar o crescente aumento da violência doméstica e dos feminicídios e transfeminicídios, agravados pelo isolamento social.
Nossas irmãs argentinas, que ano passado tomaram as ruas de forma histórica vencendo mais uma batalha na América Latina pela descriminalização e legalização do aborto, seguem nos inspirando na compreensão de que a luta é essencial e não pode parar.
Enfrentar as fraturas expostas pela pandemia, que evidenciaram que são as mulheres a ocupar os postos de trabalho que mais vêm sofrendo com arrocho salarial, de exposição constante ao vírus na linha frente das profissões de cuidado, pela falta de EPIs que deveriam ser disponibilizados por seus patrões.
As mulheres, que vem sofrendo cada vez mais com o aumento da violência doméstica, com a intensificação das duplas e triplas jornadas de trabalho, precisam também estar na linha de frente das lutas do nosso povo. Esse enfrentamento passa pelo fortalecimento das mulheres através do apoio mútuo e da solidariedade, pois assim germinamos a organização das mulheres para sua auto-defesa. É nesse sentido que damos continuidade às ações da Campanha de Luta Por Vida Digna esse ano, seguindo nas ações de rua, de propaganda, de solidariedade e apoio mútuo, em defesa de uma vida mais digna para todas e todos.
Que o 8M do Rio de Janeiro siga combativo e faça avançar a luta das mulheres!
Mulheres em luta por vida digna!