No sábado, 27 de fevereiro, ocorreu o II Encontro da Rede de Agroecologia de Maricá. Uma mobilização de pequenos agricultores e moradores do município que se articularam pra trocar mudas, sementes e insumos agroecológicos, após estimulo dado por um curso oferecido pela a Cooperativa de Trabalho em Assessoria a Empresas Sociais de Assentamentos da Reforma Agrária (Cooperar).
Foi um espaço de troca auto-organizado sobre produção agroecológica de alimentos, que teve como sede a praça pública do centro da cidade, proporcionando um diálogo direto com trabalhadores urbanos que passavam nas ruas.
Debatendo temas como a soberania dos povos nos territórios em período de aumento da fome e da miséria, foram trocadas sementes de milho crioulo de diversas origens, mudas de chaya, bucha, caramuela, frutíferas, diversos tipos de feijão, beldroega, ora-pro-nóbis, diversas plantas medicinais, e hortaliças variadas. Tudo a partir da valorização de conhecimentos ancestrais de indígenas, negros e camponeses que o capitalismo tanto tenta destruir e transformar em mercadoria.
Estiveram presentes, para além dos pequenos agricultores da rede de agroecologia, movimentos sociais como MST, MPA, a cooperativa COOPERAR, entidades ambientalistas e os sindicatos da educação – SEPE, SINPRO, SINEDUC que compartilharam o espaço da praça. Os trabalhadores realizavam um importante ato defendendo a volta às aulas presenciais apenas mediante a vacinação geral, comungando com a bandeira da Rede de Agroecologia de defesa da vida.
Ao praticar o apoio mútuo, a solidariedade, a soberania alimentar e territorial dos povos, assim como ao dispor-se para ocupar a praça pública em diálogo aberto à população, a Rede de Agroecologia de Maricá dá um passo importante na luta contra o reacionarismo, o agronegócio e a necropolítica que nos assola.
Como lembrado por um participante da rede: Adubar a terra, para que as Teias dos Povos se fortaleçam na superação da miséria desde as bases.
Repórter Popular – Maricá (RJ)