Marco Temporal: o retrocesso colonial que ameaça povos originários

por CUAPI, Cultura Viva e Vivência na Aldeia

 

Dia 28 de Outubro de 2020, data que aponta para o etnocídio e genocídio dos povos originários brasileiros.

Nesta data ocorrerá no Supremo Tribunal Federal (STF) a votação do Marco Temporal. Projeto político que mira os povos originários retirando seus direitos através de brechas legais, manipuladas e novas invenções que atravessam a existência dos territórios indígenas.

O que é o Marco Temporal? Teoria carregada de termos, análises e interpretações guiadas pela justiça burguesa e de estado, o marco avalia que os povos originários que não puderem comprovar sua posse do território no período anterior a Constituição Federal, terão suas terras tomadas. Para agravar a situação, a comprovação da ocupação poderia ser realizada mediante a conflitos ocorridos nestes territórios no período anterior a 1988, data da Constituição.

Mas sabemos que milhares de indígenas foram violentados durante a ditadura militar, tiveram suas terras roubadas e os que sobreviviam, estavam a mercê do descaso completo da ditadura militar, sofrendo com a fome e doenças.

Em resposta a essas ofensivas, indígenas organizam-se em frentes de luta resultando nas futuras 88 demarcações de Territórios Indígenas, e ainda hoje algumas destas aguardam finalização do processo de demarcação.

O retrocesso resultante de um comportamento colonial vem a caravelas e cavalos. Com novos rostos e termos propositalmente complexos de uma justiça regada de privilégios para os de cima, os povos originários enfrentarão uma nova e maior onda de violência, se aprovado o Marco Temporal.

A luta dos parentes e de nossos ancestrais não poderá ter sido em vão! Apóiem os povos originários e resistam lado a lado!

Essa luta é pelos guardiões da floresta, é pela terra, é por todos. É por um novo dia sustentado pelas raízes e canto das aves, banhado pelos rios e pelo alimento que sustenta. A luta é pela vida.

#marcotemporalnão