Por Resistência Popular Sindical e Resistência Popular Estudantil – Paraná
Uma semana após a ocupação da Câmara de Vereadores de Araucária-PR (município da Região Metropolitana de Curitiba), que barrou a votação de projetos de lei que permitem ao prefeito Hissam (PPS) saquear o Fundo de Previdência Municipal de Araucária (FPMA), os sindicatos SISMMAR (Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária) e SIFAR (Sindicato dos Servidores de Araucária) voltaram a mobilizar suas bases para resistir à tentativa de ataque às categorias.
Já na tarde de domingo (16/08) as e os servidores organizaram um acampamento em frente à Câmara. Durante a noite, foram intimidados de diversas formas pela Guarda Municipal do município que, entre outras coisas, infestou o acampamento com fumaça de óleo diesel ao acelerar a caminhonete na direção das barracas onde dormiam as e os trabalhadores. Além disso, pela manhã, uma trabalhadora da área da saúde que estava atendendo na Unidade de Pronto Atendimento de Araucária (UPA) relatou ter sido agredida durante o expediente e não havia nenhuma Guarda no local para ajudá-la, pois estavam encarregados de vigiar o acampamento.
A sessão da Câmara estava marcada para as 18h de segunda-feira (17), mas, durante todo o dia, as e os servidores estiveram mobilizados em frente ao local, tendo sido convocado um ato para as 16h. O ato reuniu mais de 100 pessoas entre servidoras/es ativas/os, aposentadas/os e apoiadoras/es da luta em geral. No entanto, ao contrário da semana anterior, um grande contingente policial foi convocado para garantir a votação, entre guardas municipais e policiais militares munidos com um forte aparato repressivo. Cabe mencionar que um destacamento da GM, se aproximando da manifestação de forma sorrateira, jogou spray de pimenta no rosto de servidoras de maneira completamente gratuita.
O braço armado do Estado não intimidou as e os manifestantes que, debaixo de uma forte e incessável chuva e de um frio incômodo, para além dos perigos da pandemia, permaneceram no local até tarde da noite com gritos de “não tem arrego, você tira a previdência e eu tiro o seu sossego” e provocações aos vereadores da Casa – entre os 11 parlamentares, 3 estão usando tornozeleiras eletrônicas e são acusados de crimes como o esquema da rachadinha e até mesmo violência contra a mulher.
Estes “homens de bem” não pensaram 2x para votar contra as e os trabalhadores e, num primeiro momento, o PL 2330/2020 foi aprovado em primeira votação por maioria simples (6 votos favoráveis). Alguns vereadores se declararam impedidos de votar por terem algum parentesco com servidores do município, o que representaria “parte interessada ”. Porém, em uma reviravolta que lavou a alma das e dos servidores, depois da votação mais um vereador, que havia sido favorável ao projeto, também se declarou impedido de votar pela mesma razão e seu voto foi retificado, o que fez com que o plenário da Câmara não obtivesse os 6 votos necessários para aprovar o projeto. Tentaram vencer às e aos trabalhadores pelo cansaço, pela intimidação e pela repressão, mas a pressão incansável garantiu uma nova vitória para o movimento!
Mesmo que o dia de ontem terminasse com uma derrota para as e os trabalhadores isso não significaria o fim da mobilização: o projeto ainda precisaria ser aprovado em uma segunda sessão, o que sem dúvidas não ocorreria sem muita luta e resistência das categorias, que já se preparam para uma nova batalha! O PL 2330/2020 pode voltar à pauta a qualquer momento, assim como outros dois projetos que também atacam o FPMA. Por essa razão, convidamos todas e todos, especialmente residentes de Curitiba e Região, a acompanharem as páginas dos sindicatos (SISMMAR e SIFAR) e participarem do próximo ato em defesa da previdência das e dos servidores de Araucária! Só a luta muda a vida!