Governador João Doria facilitou reabertura, e cidade do interior atendeu aos patrões
O governador de São Paulo, João Dória (PSDB) anunciou na semana passada o processo de retomada das atividades econômicas do estado. “O Plano São Paulo” começou a ser implementado nessa segunda-feira, 1 de junho, o Estado foi divido em regiões e em fases (1-5) para flexibilização da quarentena. Mesmo se colocando como opositor de Jair Bolsonaro (sem partido), principalmente, nas ações do presidente contra o isolamento social e a negligência do COVID-19, Dória mostra que tão pouco se importa com a vida do trabalhador. Algumas cidades a partir dessa semana já poderão abrir diversas lojas com restrições, pois estão na fase 2.
A cidade de Marília, localizada no interior do oeste paulista, está classificada na fase 2 pelo Plano São Paulo. Contudo, o prefeito Daniel Alonso (PSDB) contrariou a classificação, afirmando que o governo do Estado errou ao analisar a cidade. Alonso se baseia em uma lei municipal na qual “devolve a autoridade” para a prefeitura decidir sobre as restrições locais. Assim, o prefeito considerou a cidade na fase 4, umas das mais avançadas no Plano. Vale ressaltar que nenhuma cidade de estado foi definida acima da fase 3. Desse modo, Marília começou o dia com a abertura de comércios, bares, academias, teatro e cinemas, salões de beleza e entre outros serviços além dos protocolos de higiene, com algumas restrições de horário.
Isto numa cidade, das de médio e grande porte do Estado, que menos cumpriu a quarentena. O número de casos confirmados nos últimos dias triplicou, de cerca de 30 para 92. O empresariado da cidade fez pressão desde o começo para que a população da cidade não levasse a pandemia a sério. Marcelo Montolar, dono da rede de Supermercados Tauste, chegou a dizer que “Se for para morrer, é melhor morrer trabalhando”. Em outras palavras, garantindo seu lucro durante o contágio do coronavírus.
Mas nem toda a população acatou as decisões de governantes e os mandos do empresariado sem resposta. A abertura do comércio aconteceu cercada de pichações como “[Daniel] Alonso Assassino”, “Estado Genocida” e “Seu patrão tá exposto ao Covid?”. E continuará lutando pelo direito à vida acima do lucro dos patrões.