Na cidade do interior de São Paulo, trabalhadoras foram abandonadas à própria sorte, após decreto do governador João Doria que suspendeu os contratos de terceirizadas e terceirizados
por Organização Anarquista Socialismo Libertário – OASL:
Diante da crise instalada pela COVID-19 no estado de São Paulo, o maior epicentro da doença no Brasil, o Governador João Dória (PSDB) decretou, no dia 18/03, a suspensão de contratos de terceirizados e terceirizadas. Resultando no abandono destes trabalhadores e trabalhadoras à própria sorte neste momento crítico de nossa história. Nesta quarta-feira, dia 1º de abril, na cidade de Marília, no interior paulista, cerca de 80 merendeiras foram demitidas pela empresa Soluções Serviços Terceirizados, que presta o serviço na cidade.
Estas 80 mulheres, muitas delas negras, foram convocadas pelo patronato todas juntas a se reunirem em uma escola para assinar o documento de suas demissões. Atitude que por si só contraria as recomendações do órgãos de saúde para prevenir a disseminação do coronavírus, ao formar aglomeração em local fechado.
Segundo o sindicato da categoria, as demissões foram negociadas com a condição de que as trabalhadoras sejam recontratadas na volta às aulas, e recebam duas cestas básicas neste período de quarentena, condições pouco dignas em se tratando de mulheres que prestam um serviço tão importante para os filhos da classe trabalhadora.
Colapso social
Tudo isso mostra a face cruel da crise sanitária de hoje e da crise econômica e do colapso social que se aproximam. Os de cima, tanto os governadores como os patrões, não se importam com a saúde e a vida do nosso povo. Colocam trabalhadoras em risco de contágio, e as deixam sem seu sustento.
João Dória tem buscado se diferenciar da postura genocida do presidente Bolsonaro (sem partido). Tenta passar a imagem de preocupação com o povo paulista, mas na verdade governa para garantir o lucro dos patrões. E com isso, que nós, trabalhadoras e trabalhadores, paguemos com nossas vidas os custos de mais uma crise.
Mas com luta e solidariedade das e dos de baixo, sobreviveremos a mais esse duro ataque.