Apesar de suspender as aulas, reitoria da universidade ainda submete milhares de trabalhadores a risco de contaminação
Trabalhadoras e trabalhadores da USP aprovaram ontem, dia 18, a paralisação das atividades presenciais na universidade, por conta do coronavírus, e pedem a suspensão do trabalho presencial. A decisão foi tomada, segundo o sindicato, diante da intransigência da reitoria da universidade, que apesar de ter suspendido as aulas, manteve a exigência de trabalho para milhares de servidores e terceirizados que atuam nas dependências da universidade. Pelo menos três casos de coronavírus foram registrados na USP, todos no campus Butantã, na cidade de São Paulo.
O Sintusp – Sindicato dos Trabalhadores da USP – afirma que já reivindicou à reitoria que o tratamento aos funcionários seja igual ao dado aos professores e estudantes, com a suspensão de todas as atividades presenciais, exceto as que sejam essenciais, como o Hospital Universitário e outras unidades de saúde, além da segurança, entre outras.
“A evolução da pandemia é preocupante, e a zona oeste de São Paulo é a região com mais casos na cidade. Isso torna nossa reivindicação ainda mais urgente”, diz o sindicato, que acrescenta que o conjunto de medidas anunciada pela reitoria é insuficiente para preservar a saúde dos trabalhadores, e conter a proliferação da epidemia.
“O reitor da USP demonstra, mais uma vez, sua total irresponsabilidade para com a saúde e a vida de milhares de trabalhadores da universidade e seus familiares. Como as medidas adotadas são desiguais, já que docentes e estudantes estão liberados, e os funcionários não, Vahan escolhe quem pode morrer e quem deve viver na universidade. E, como sempre, a decisão é pautada em um critério elitista e de casta.”, diz o Sintusp.
A entidade dos trabalhadores da USP diz ainda que o reitor Vahan Agopyan, “ao manter milhares de trabalhadores circulando pela cidade, demonstra total falta de comprometimento também com o conjunto da sociedade, já que contribui, por essa via, para o aumento da proliferação do vírus e o respectivo colapso com o sistema de saúde”.
O Sintusp reivindica ainda a necessidade de contratação emergencial para o Hospital Universitário, entendendo que é necessário ampliar o atendimento para a demanda que vai surgir nas próxima semanas.
Medidas gerais
Para a população em geral, o sindicato defende ainda um plano de emergência para enfrentar o coronavírus. Entre as reivindicações está a garantia de testes em massa para todos que apresentarem sintomas, a contratação emergencial de mais leitos e estatização de hospitais privados. E que o estado garanta o direito à quarentena para todos, “fornecendo um auxílio emergencial para os desempregados e trabalhadores informais, e garantindo estabilidade no emprego e pagamento pleno de salários e benefícios para os trabalhadores registrados e funcionalismo público.”