Na cidade de Porto Alegre, especialmente nos bairros da periferia, enfrentar ou desviar buracos na via pública tem se tornado ação rotineira.
No último sábado, após a chuva, foi possível registrar um pouco da realidade que vive a comunidade da Lomba do Pinheiro, Zona Leste. Nas proximidades da Rua Ayrton Senna e da Rua do Campo (parada 6), segundo os moradores, há quase um ano não é realizada nenhum tipo de manutenção na via. A própria população indica que o estado em que se encontram estas ruas não são “fatos isolados”, citando muitas outras ruas no bairro – assim como na cidade – que se encontram em péssimas condições de conservação.
A situação da rua é tão grave que, em dias de maior volume de chuva, casas chegam a inundar pela falta de sistema de escoamento e pavimentação. Os moradores do local relatam que a condição da rua tem trazido dificuldades em seu deslocamento diário, implicando que tenham fazer outros trajetos mais longos para desviar da rua inundada de água.
A própria comunidade já buscou protocolar pedidos de manutenção das ruas junto a Prefeitura. Também tem acontecido discussões sobre os problemas estruturais do bairro junto às reuniões de Orçamento Participativo na região. No entanto, apesar da indignação da comunidade e a busca por saída nos espaços oficiais, não houve resposta da Prefeitura.
Como já havia sido alertado no Repórter Popular, em reportagem intitulada “Buraco Alegre” (30/12/2019), o prefeito Marchezan recentemente investiu 35 milhões em propagandas sobre a cidade “Alegre”, enquanto a população sofre com as más condições de vida.
A Lomba do Pinheiro historicamente é uma das regiões de Porto Alegre que sofre com a falta de água no verão. Soma-se a isso outras situações que tem causado preocupação e sofrimento na população como a precarização do acesso a a saúde com as ameaças de demissão dos trabalhadores do IMESF, bem como a probabilidade de que nos primeiros meses de 2020 os portoalegrenses também sofram com as propostas de aumento das passagens de ônibus.
O Repórter Popular tem lançado uma série de reportagens sobre o aumento do custo de vida, demonstrando em contrapartida a diminuição da qualidade de vida, incluída aí as condições de habitação e moradia.
Quem vive a Porto Alegre no dia-a-dia não se reconhece na cidade que o prefeito “constrói” nas propagandas. O buraco que se tenta tapar com “belas imagens” estampadas nos “outdoors”, segue aberto na rua do povo.