Se o Fascismo parecia apenas uma possibilidade até ano passado, não precisamos nem chegar ao fim de 2019 para termos certeza que a extrema-direita está em alta no Brasil. A luta contra esta onda reacionária precisa se dar em todos os espaços e os antifascistas não deixarão São Paulo fora dessa: nesse sábado, 26, às 14h, na Praça da Sé, acontece a Marcha Antifascista 2019.
Como não poderia deixar de ser, o primeiro ano do mandato de Jair Bolsonaro na presidência do país é um dos principais alvos da mobilização, mas este ano a Marcha também celebra um importante “aniversário” para a esquerda brasileira: há 85 anos, a mesma Praça da Sé viu acontecer a “Revoada das Galinhas Verdes”, uma das principais demonstrações de força do antifascismo brasileiro.
Ocorrido em 7 de outubro de 1934, a “Revoada” – também conhecida como “Batalha da Praça da Sé” – marca o episódio em que a Frente Única Antifascista (composta por anarquistas, comunistas, socialistas, sindicalistas e outros setores progressistas) dissipou um comício da Ação Integralista Brasileira (AIB), um movimento de extrema-direita com inspiração no fascismo italiano e no nazismo.
Mesmo armados e com apoio policial, os integralistas foram dispersados. O fato foi chamado de “Revoada dos Galinhas Verdes” porque, além do verde-oliva ser a cor símbolo da AIB, um jornal da época manchetou: “Um integralista não corre: voa”. E é com essa memória que a Marcha Antifascista 2019, unindo correntes de diferentes matizes, vai a mesma Praça da Sé 85 anos depois.
Contra o Genocídio – Com quase um ano de mandato, o Governo Bolsonaro, servil às elites econômicas, tem se provado aquilo que a maioria da esquerda previa. Além de diversos ataques à população – como a Reforma da Previdência -, Bolsonaro e seus filhotes (tanto biológicos quanto políticos, como Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro) aprofundaram a política de morte que já existia contra a classe trabalhadora.
Não basta matar o povo aos poucos com o corte de políticas públicas, como também fizeram tantos outros governos, sejam aqueles declaradamente de direita ou de caráter “progressista”: agora, a repressão policial implantada por um governo abertamente pode ser definida como praticamente um genocídio das populações periféricas, negras, pobres, indígenas e LGBTs.
Você, que entende o Fascismo como um mal a ser extirpado da nossa sociedade, junte-se à Marcha Antifascista 2019. Sábado, 26/10, na Praça da Sé.
A Marcha é organizada anualmente pela Ação Antifascista São Paulo. Neste ano, os seguintes coletivos ajudaram em sua construção: Antar, ARC, Bueiro Periférico, C16, DM16, FeminiVegan, FOB, Mandela Free, Núcleo do Grajaú, OASL, P16, RASH, Rayo Proletário, Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio e Resistência Popular Sindical.