A estreia do Colorado em casa na Libertadores 2019 passou de sonho da torcida a um cenário de violência gratuita contra a massa colorada, tudo pela mesma causa de sempre – a ação truculenta e irresponsável da Brigada Militar.
O contexto de sempre: a dificuldade de aceitação, por parte das autoridades, do ato de torcer, a crescente criminalização de toda e qualquer ação coletiva popular, incluídas aí as torcidas e barras, e um crescente ódio institucional – notoriamente por parte do Ministério Público Estadual – aos aficionados do futebol.
Mas vamos, primeiramente, ao relato:
O tumulto aconteceu na rua.
Tinha muita gente aglomerada, poucos funcionários para organizar ou ajudar a acomodar uma fila, resultando num leve empurra-empurra. Algo totalmente normal em um momento de acúmulo de pessoas com um mesmo objetivo de acesso.
Começaram a passar as mulheres por uma outra entrada e, com a abertura de um novo fluxo, o empurra-empurra aumentou um pouco.
Chegou um momento que, quem olhava de fora, não estava mais passando ninguém, o jogo rolando, torcida começou a pressionar mais pelo acesso. Os torcedores do início da fila, sempre em sinal de mãos para cima e pedindo calma para quem estava atrás, nitidamente pedindo para não haver confronto.
Tudo acontecia com relativo controle dos funcionários do clube e com a Brigada posicionada, mas sem agir.
Na hora do PRIMEIRO GOL, naturalmente todo mundo explodiu em comemoração, isso certamente pressionou as pessoas da frente. Nesse momento, a Brigada chega com cavalaria e estourando bombas e spray de pimenta, dando inicio à correria.
Resultado: vítimas. Pessoas necessitando de atendimento médico, passando mal. Gás de pimenta até nas crianças, e funcionários do clube também passando mal. Alguns desmaios, muito vômito e lágrimas. O gás chegou até a arquibancada superior.
Novamente a busca por criminalizar o ato de torcer e o preconceito institucional da BM e do MPE resultam em uma ação equivocada, que vem sendo reiteradamente denunciada.
Boa parte do tempo perdido estava relacionado com a revista excessiva e a demora em sua execução, além da falta de organização do clube para facilitar o acesso do torcedor ao estádio.
Por que a BM, ao invés de distribuir violência, não orienta melhor as torcidas e busca prevenir possíveis situações?
Por que o MPE, ao invés de distribuir proibições e punições apenas aos torcedores, não busca auxiliar nas melhores práticas, discutindo com a torcida, e não apenas impondo medidas arbitrárias e sem conexão alguma com a realidade da arquibancada?
Apesar dos pesares, das proibições, do preconceito e da violência, seguiremos fazendo a nossa festa – e TCHÊ, QUE FESTA! -, apoiando o nosso time e combatendo a truculência dentro e fora dos estádios.
Frente Inter Antifascista