MAIS QUE UM JOGO – + cerveja, – Bressani

Trapo da Guarda Popular pela volta da cerveja aos estádios

COVEIROS DO FUTEBOL

Quem frequenta assiduamente estádios de futebol no Brasil sabe as inúmeras dificuldades, desmandos e total despreparo que permeiam de maneira geral os vários níveis de organização das partidas, sobretudo no que tange a atuação dos órgãos de segurança pública.

Como medida protetiva aos torcedores e torcedoras, em 15 de maio de 2003, foi publicado o Estatuto de Defesa do Torcedor, no entanto, o que deveria servir para nos proteger, vem servindo como ferramenta potente para nos punir, nas mãos dos interessados em acabar com a cultura de arquibancada em nosso país.

Aqui no Rio Grande do Sul é competência da Promotoria Especializada do Torcedor fazer cumprir o Estatuto, segundo definição da sua própria página: “A atuação do MP nesta área está vinculada ao Estatuto de Defesa do Torcedor, protegendo o cidadão e defendendo os direitos do torcedor.” Contudo, na prática, a atuação do promotor Márcio Bressani vai na total contramão do discurso norteador da promotoria que o mesmo é responsável.

Bressani vem há anos desenvolvendo um trabalho que parece ter como compromisso punir coletivos de torcedores e acabar com a festa nos estádios, além disso devemos lembrar das ações dos agentes da BM que agem sem nenhum protocolo, com força desproporcional e com violência jogo após jogo, sem nenhuma punição.

Citaremos aqui alguns casos e posicionamentos do promotor que impactaram diretamente na arquibancada do Beira-Rio:

– Punição de torcida organizada por uso de sinalizador na final do campeonato gaúcho feminino, organizado pela AGFF. No episódio não houve prejuízo ao desenrolar da partida, nenhuma interrupção foi feita por parte da arbitragem, ele baseou a punição na aplicação do Estatuto de Defesa do Torcedor, sendo que o mesmo não se aplica a competições amadoras.

– Esteve presente em seminário no Conselho Deliberativo do Internacional, no ano de 2017, que congregou torcidas organizadas, Brigada Militar e Ministério Público. Nessa reunião foram colocadas inúmeras questões muito sérias quanto a violência sofridas nos jogos. Houve comprometimento das partes envolvidas em instalar câmeras na sala do PETRI (Posto Integrado da Brigada) do Beira-Rio, para que esta deixe de ser utilizada como espaço de agressões físicas e psicológicas contra a torcida. Mais de um ano se passou, o espaço segue sem câmeras e ainda ouvimos os mesmos relatos horríveis de quem passa por lá.

– Total descaso na apuração de denúncias contra a atuação da Brigada Militar no entorno do estádio e nas logísticas irresponsáveis montadas para partidas onde há rivalidade.

– Nenhuma medida é tomada frente aos preços abusivos dos ingressos, praticados pelos bares, não é fiscalizada a oferta de meia-entrada mesmo com reincidentes denúncias de torcedores. Ninguém nunca jamais foi responsabilizado e/ou punido por isso.

– No dia de ontem, na contramão de toda e qualquer expectativa positiva gerada por grande parte da torcida colorada, posicionou o Ministério Público contra a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, logo após a aprovação do projeto de liberação na Assembléia Legislativa.

O promotor Márcio Bressani é mais um dos coveiros do futebol brasileiro, que parece utilizar sua instância de poder a fim de acabar com a festa nos estádios, coibir a presença das massas apaixonadas e que parece entender que o espaço da arquibancada não é compatível com a nossa forma de torcer. Mascarando um projeto sórdido de higienização social e elitização desses espaços.

Clamamos pelo fim da aplicação seletiva do Estatuto de DEFESA do Torcedor, que a promotoria seja uma instância que garanta a nossa forma de viver o futebol e não que a combata.

O FUTEBOL CLAMA POR:
+ CERVEJA
– BRESSANI

Frente Inter Antifascista